Esporotricose: veja cuidados com doença que pode estar em surto na PB

Uma micose subcutânea causada pelo fungo Sporothrix schenckii que pode acometer animais e seres humanos. Essa é a esporotricose, que geralmente afeta a pele e os vasos linfáticos próximos a ela, mas pode também afetar ossos, pulmão e articulações. Por ser uma zoonose facilmente transmitida e perigosa, a Secretaria de Saúde de João Pessoa (SMS) alerta seus usuários para os cuidados com a doença.

Entre os animais, os gatos são os mais acometidos pela doença, que podem entrar em contato com o fungo na terra e nos jardins que frequentam ou com outros animais contaminados. Já nos seres humanos, a infecção acontece quando o Sporothrix entra em contato com a pele ou mucosa por meio de trauma decorrente de acidentes com espinhos, palha ou lascas de madeira; contato com vegetais em decomposição ou contato com animais contaminados.

As principais formas clínicas da doença são a Esporotricose Cutânea caracterizada por uma ou múltiplas lesões, localizadas principalmente nas mãos e braços; Esporotricose linfocutânea que é a forma clínica mais frequente, quando são formados pequenos nódulos, localizados na camada da pele mais profunda, seguindo o trajeto do sistema linfático da região corporal afetada. A localização preferencial é nos membros; Esporotricose extracutânea quando a doença se espalha para outros locais do corpo, como ossos, mucosas, entre outros, sem comprometimento da pele; e a Esporotricose disseminada que acontece quando a doença se espalha para outros locais do organismo, com comprometimento de vários órgãos e/ou sistemas (pulmão, ossos, fígado).

Manifestações
O período de incubação do fungo no organismo do paciente se dá de 7 a 30 dias, podendo chegar até seis meses após a infecção. Os sintomas da doença variam de acordo com a forma com que se manifesta, mas o primeiro a aparecer é um pequeno nódulo doloroso, bem parecido com uma picada de inseto. Esse nódulo pode ter a cor vermelha, rosa ou roxa, ser purulento ou não e aparecem normalmente nos membros superiores como braços e mãos e também na face.

Em casos mais graves, por exemplo, quando o fungo afeta os pulmões, pode surgir tosse, falta de ar, dor ao respirar e febre. Na forma pulmonar, os sintomas se assemelham aos da tuberculose. Mas também pode afetar os ossos e articulações, manifestando-se como inchaço e dor aos movimentos, bastante semelhante ao de uma artrite infecciosa.

Cuidados
A qualquer suspeita de esporotricose, o paciente deverá se consultar com um dermatologista e infectologista para que diagnóstico e tratamento sejam feitos corretamente. O diagnóstico é feito, primeiramente, a partir da análise dos sintomas que a doença apresenta e, após isso, materiais biológicos que a ferida produz.

No Centro de Vigilância Ambiental e Zoonoses (Cvaz), é ofertado o atendimento médico veterinário aos animais com suspeita da doença, além do exame clínico e laboratorial para diagnóstico. Caso a doença seja confirmada, o dono do animal recebe as orientações necessárias de como proceder e prescrição para o tratamento. O Sistema Único de Saúde (SUS) não fornece medicamentos para tratamento do animal com esporotricose.

Em humanos, a esporotricose ainda não é uma grave notificação compulsória. Mas a Vigilância Epidemiológica da SMS, em parceria com o Hospital Universitário Lauro Wanderlei (HULW), que é a referência para o tratamento em seres humanos, tem realizado o levantamento dos primeiros casos notificados em pessoas.