Escritora Lya Luft morre aos 83 anos em Porto Alegre

A escritora Lya Luft, 83, morreu na manhã desta quinta-feira, 30, em sua casa em Porto Alegre (RS). Em maio, a autora de Pensar É Transgredir foi diagnosticada com um melanoma, tipo agressivo de câncer de pele. A doença já produzira metástase e no último dia 21 ela foi liberada para ficar em casa com a família. Em 2020, ela lançou As Coisas Humanas, um compêndio que traz reflexões sobre a morte de um de seus filhos, como informou o jornal Zero Hora, publicação que tinha a autora como colunista.

Lya Luft estreou na ficção em 1964 com Canções De Limiar, publicou mais de trinta livros e traduziu para o português clássicos como obras de Hermann Hesse, Rainer Maria Rilke e Virgínia Woolf. Considerada uma das maiores escritoras brasileiras do século 20, a autora deixa uma obra poética que influenciou contemporâneas e os aspirantes da nova geração literária do País. Com sua prosa potente, elogiada pela imortal Nélida Piñon. Na imprensa, ela publicou em diversos veículos, crônicas e artigos sobre literatura e sociedade, tendo destaque em 2020, quando declarou que se arrependeu do voto em Jair Bolsonaro (PL).

Luft foi casada com o psicanalista Hélio Pellegrino e participou da efervescente vida literária carioca nos anos 1990. Em 2013, levou o prêmio da Academia Brasileira de Letras na categoria Ficção, Romance, Teatro e Conto, por O Tigre na Sombra. Em 1996 recebeu o prêmio de ficção da Associação Paulista dos Críticos de Arte, um dos mais importantes do País. Trechos de sua obra viralizaram nas redes sociais, sendo muitos deles verídicos, outros falsamente atribuídos à escritora, que teve best-sellers como Perdas e Ganhos (2003). Ela era publicada pela editora Record, que confirmou a perda.

Do Estadão