A empresa Compecc, de propriedade de Eduardo Ribeiro Victor, é citada no processo do pedido de prisão preventiva do empresário Roberto Santiago. No documento, o empresário é apontado como realizador de atividades financeiras atípicas, que tem vinculações ainda com as Operações Lava Jato e Irerês. O documento foi expedido por Polícia Federal e Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco). Confira trecho do documento:
A Compecc e seu proprietário figuram em relatórios de inteligência financeira do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), como responsáveis por movimentações financeiras atípicas no valor de R$ 54,7 milhões. Inclusive, tendo vinculações com as investigações das Operações Lava Jato e Irerês – que apura possível desvio de recursos públicos em obra no Parque Solon de Lucena, na Capital.
A empresa prestou serviços na obra de construção do Mangabeira Shopping, de propriedade de Roberto Santiago, teve seus caminhões flagrados, em fevereiro de 2014, recolhendo o lixo do município de Cabedelo, apesar de não figurar, formalmente, como responsável pela execução do serviço público.
“A propósito, um dos caminhões utilizados na ‘coleta informal do lixo’ está registrado em nome do Supermercado Assis, cujo proprietário teria sido, de acordo com o depoimento de Olívio Oliveira à Polícia Federal, um dos destinatários do dinheiro repassado por Roberto Santiago a Luceninha no episódio da compra do mandato”, versa trecho do documento.
R$ 460 mil para Compecc
Em um relatório de análise consta que no aparelho telefônico de Roberto Santiago foram encontradas conversas em que Maykel Filgueira, funcionário do Banco do Nordeste, pede ao empresário que transfira R$ 55 mil para “Dudu da COMPECC”, e Roberto responde: “faço a transferência amanhã”.
Roberto parece efetivamente realizar duas transferências, porém totalizando o montante de R$ 460 mil, para “Dudu da COMPECC” a pedido de Maykel.
O pedido de prisão preventiva de Roberto Santiago está assinado pelo Promotor de Justiça do Gaeco, Octávio Paulo Neto; o delegado da Polícia Federal, Fabiano Emídio; e os Promotores de Justiça, Rafael Linhares e Manoel Cacimiro.