Empresa tem recall de 1,7 mi relógios smart por queimaduras em usuários

A fabricante de itens de tecnologia Fitbit decidiu recolher cerca de 1,7 milhão de smartwatches em todo o mundo após um relatório alertar para o potencial risco de queimadura nos usuários. Só nos Estados Unidos, a Comissão de Segurança de Produtos para Consumidores recebeu 115 casos relacionados ao superaquecimento da bateria do dispositivo. A maioria envolvia lesões na pele.

O modelo envolvido na polêmica é o Fitbit Ionic, que chegou em 2017. Ele vendeu um milhão de unidades nos Estados Unidos e mais de 693 mil no restante do mundo. No Brasil, o produto é comercializado apenas no varejo online, já que a fabricante não possui representação no país.

Autoridades receberam até agora 174 relatos em todo o mundo sobre o problema com os relógios da Fitbit. Foram 78 casos de queimaduras nos Estados Unidos, que incluem dois relatos de queimaduras de terceiro grau e quatro de segundo grau. Em outros países, foram registrados 59 relatos, sendo 40 de queimaduras.

No site da empresa, a Fitbit publicou um comunicado informando o recolhimento voluntário do relógio Fitbit Ionic. A marca ainda orienta que os donos do relógio deixem de usá-lo imediatamente. Os consumidores que devolverem o aparelho receberão reembolso de US$ 299 (cerca de R$ 2.025), além de um cupom de 40% de desconto em dispositivos Fitbit selecionados.

A Fitbit é uma empresa americana que pertence ao Google (Alphabet) desde janeiro de 2021, quando foi adquirida por US$ 2,1 bilhões (cerca de R$ 10,2 bilhões). A empresa dona do site de buscas mais famoso do mundo fez a aquisição para tentar conquistar uma fatia no mercado dos wearables, atualmente dominado por Apple e Samsung.

O motivo do problema

De acordo com a agência CPSC, o problema é relacionado à bateria integrada do relógio. Ela pode superaquecer e “representar um risco de queimadura ao usuário”, diz o órgão americano.

Apesar do número expressivo de 1,7 milhão de unidades que devem ser recolhidas, a porta-voz da Fitbit Andrea Holing afirmou ao site CNN Business que isso representa cerca de 0,01% das unidades do modelo Ionic. A empresa ainda afirmou que apura internamente o caso e que tais incidentes são “muito raros”.

As unidades afetadas

O modelo Fitbit Ionic, anunciado em 2017, teve a produção interrompida em 2020 e não alcançou os resultados esperados de venda. Na época, a imprensa especializada em tecnologia criticou o dispositivo pelo design datado e ausência de funcionalidades. No Brasil, é possível encontrar o relógio em algumas varejistas e em sites de usados. De acordo com o CPSC, os códigos das unidades que fazem parte do recall são as seguintes:

Ardósia Azul/Laranja Queimada: Ionic FB503CPBU
Carvão/Fumaça Cinza: Ionic FB503GYBK
Cinza Azul/Cinza Prateado: Ionic FB503WTGY
Edição Adidas, Ink Blue & Ice Gray/Silver Gray: Ionic FB503WTNV
O número de série “FB503” está localizado na parte traseira do dispositivo, próximo ao conector para carregamento.

Do Techtudo com informações de CPSC e Fitbit