Empresa organizadora do São João de CG entra na mira da PF; um dos donos é preso

Empresa organizadora do São João de CG entra na mira da PF; um dos donos é presoOrganizadora do Maior São João do Mundo, em Campina Grande, a Aliança Comunicação e Cultura, sediada em Recife (PE), é uma das empresas na mira da Operação Fantoche, desencadeada pela Polícia Federal com o objeto é desarticular uma organização criminosa voltada à prática de crimes contra a administração pública, fraudes licitatórias, associação criminosa e lavagem de ativos.

De acordo com a PF, Luiz Otávio Gomes Vieira da Silva (foto), um dos donos da Aliança, foi preso. A empresa é responsável pelo Maior São João do Mundo e em 2017 venceu um procedimento licitatório feito pela Prefeitura de Campina Grande.

Além da Aliança Comunicação e Cultura, a Operação Fantoche mira, também, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e outras afiliadas, o Instituto Origami, a Idea Locação de Estruturas e Iluminação, a Somar Intermediação e Negócios e a Ateliê Produções Artísticas.

De acordo a Polícia Federal, um grupo de empresas sob o controle de um mesmo núcleo familiar atuava de forma contínua e perene, desde o ano de 2002, executando contratos firmados por meio de convênios com o Ministério do Turismo e entidades paraestatais do intitulado sistema “S”, como a CNI e a Federação das Indústrias da Paraíba (Fiep).

“A atuação do grupo consistia na utilização de entidades de direito privado, sem fins lucrativos, para justificar celebração de contratos e convênios diretos com o ministério e unidades do Sistema S. Tais contratos, em sua maioria, voltados à execução de eventos culturais e de publicidade superfaturados e/ou com inexecução parcial, sendo os recursos posteriormente desviados em favor do núcleo empresarial por intermédio de empresas de fachada”, afirma a Polícia Federal em nota.

Estima-se que o grupo já tenha recebido mais de R$ 400 milhões decorrentes desses contratos. A ação conta com a participação de 213 policiais federais e oito auditores do Tribunal de Contas da União (TCU) que estão cumprindo 40 mandados de busca e apreensão e 10 mandados de prisão temporária, nos estados de Pernambuco, Minas Gerais, São Paulo, Paraíba, Mato Grosso do Sul e Alagoas, além do Distrito Federal.

O presidente da Fiep, Francisco de Assis Benevides Gadelha, mais conhecido como Buega Gadelha, também é um dos alvos da operação. As medidas foram determinadas pela 4ª Vara Federal da Seção Judiciária de Pernambuco, que ainda autorizou o sequestro e bloqueio de bens e valores dos investigados.