A aquisição do app Musical.ly pelo ByteDance, da China, começará a ser investigada pelo governo dos Estados Unidos, segundo informações de pessoas relacionadas ao assunto. Com a compra, ocorrida em um acordo de US$ 1 bilhão há dois anos, o aplicativo perdeu o nome original e foi incorporado ao TikTok.
O motivo da investigação seria a suspeita de que a companhia chinesa estaria censurando conteúdos políticos, aumentando também questões sobre como é feito o armazenamento de dados pessoais. Além disso, na época da compra, o TikTok não teria pedido pela liberação do Comitê de Investimento Estrangeiro dos Estados Unidos (CFIUS), responsável por avaliar acordos dos EUA com empresas estrangeiras para o potencial de riscos.
O CFIUS estaria em conversa com o TikTok para encontrar novas medidas, definidas pelo comitê como mitigação, para evitar a alienação dos ativos adquiridos do app Musical.ly. As fontes não revelaram mais informações sobre esses acordos e pediu sigilo por se tratar de dados confidenciais.
Um porta-voz do TikTok declarou à imprensa norte-americana que ainda não pode fazer declarações sobre o processo regulatório, mas que a maior prioridade no momento é ganhar a confiança de usuários e dos reguladores dos Estados Unidos. “Parte desse esforço inclui trabalhar junto ao Congresso e estamos comprometidos em fazer isso”, disse.
Possível censura
Em outubro deste ano, o senador do estado da Flórida, Marco Rubio, já havia solicitado ao CFIUS a avaliação da ByteDance, questionando a empresa o motivo de o TikTok ter apenas alguns vídeos dos protestos de HongKong, que estavam em alta nos noticiários internacionais por meses.
O CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, também criticou o aplicativo recentemente, alegando possível censura e defendendo a liberdade de expressão.
O TikTok vem crescendo nos Estados Unidos, contando hoje com mais de 26.5 milhões de usuários ativos mensais no país, cerca de 60% dos usuários totais, com idades entre 16 e 24 anos. No ano passado, a ByteDance foi avaliada em US$ 78 bilhões.
