Embrapa desenvolve pesquisa para criar cana tolerante à seca

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) está desenvolvendo uma variedade de cana tolerante à seca. O objetivo é minimizar o impacto da menor disponibilidade hídrica na produção de cana-de-açúcar. através de modificação genética A informação foi divulgada pelo site canaonline. Para o engenheiro agrônomo e coordenador do Departamento Técnico – Detec da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), Vamberto de Freitas, o projeto é extremamente importante para a cultura da cana no Nordeste, embora os resultados em campo só devam ser vistos mais adiante.

O setor sucroenergético precisa de variedades mais tolerantes à seca, até porque as novas áreas de expansão da cultura têm problemas de estiagem prolongada ou chuvas irregulares. “Esse tipo de variedade é importante porque nos dá mais opções. Isso diminuiria também nossa área de renovação porque teríamos uma cana mais tolerante”, comentou Vamberto, frisando que a pesquisa é algo mais demorado por causa da necessidade de observação do comportamento da variedade.

Em função da complexidade da tolerância à seca, os pesquisadores da Embrapa estão utilizando um gene que codifica proteínas reguladoras de diversos outros genes. “A tolerância à seca é uma característica que está sendo trabalhada biologicamente pela Embrapa e isso envolve vários mecanismos. Por isso é que devemos esperar mais um pouco para ver os resultados”, disse Vamberto, elogiando a ação. “Precisamos de mais pesquisas nesse sentido. A Embrapa está de parabéns pela iniciativa, até porque vem sendo publicado que estudos indicam que a cana apresenta aumento no teor de sacarose e da taxa de brotação”, continuou o engenheiro agrônomo.

Os testes em condições reais de campo estão previstos para começar em 2016. Na EMBRAPA Agroenergia, há ainda duas outras linhas de pesquisa de engenharia genética com cana-de-açúcar: uma para aumento de conteúdo de biomassa e outra para modificação da parede celular. Esta última visa a facilitar o acesso aos açúcares do bagaço e palha, o que favoreceria a produção de etanol celulósico (2G) e outros produtos de alto valor agregado.