Em reunião com Cartaxo, secretário sinaliza que esquema funcionaria desde 2016

Em um trecho do áudio vazado de uma reunião entre o prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PV), e os secretários de Saúde e Desenvolvimento Social, Adalberto Fulgêncio e Diêgo Tavares, o gestor da pasta da saúde comenta que um fornecedor “queria como foi em 2016”. Indicando, possivelmente, que os acordos que são tratados no áudio, provavelmente gravado no período eleitoral do ano passado, aconteciam acerca de dois anos.

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“Mas tem R$ 2 milhões na ‘Zero Zero’. Aí o ‘caba’ queria como foi em 2016, além do que a gente ficava pagando [inaudível]. Tem ainda Kairós. Kairós deve ter R$ 1 milhão, ‘tô’ dando um chute aqui. Mas se botar na ‘Zero Zero’ tem como pagar. Eu não tenho na ’25’. Você autorizando isso eu acho que dá para pegar aí R$ 1 milhão, R$ 1 milhão e meio”, diz trecho inteiro da fala de Fulgêncio.

“Mas a gente tem que pagar a mais para poder pegar R$ 1 milhão”, responde Cartaxo.

Ouça áudio na íntegra:

Entenda

O prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PV), e os secretários Adalberto Fulgêncio e Diego Tavares, das Secretaria de Saúde e Desenvolvimento Social respectivamente, foram flagrados em um áudio supostamente negociando propina. Possivelmente a reunião aconteceu durante o período eleitoral do ano passado. O áudio foi divulgado nesta quinta-feira (28), na coluna de Wellington Farias, no portal PB Agora.

Nos momentos iniciais da gravação, Adalberto conta que nos próximos dias iria conversar com três fornecedores e chama a atenção de Cartaxo. “Luciano, deixa eu te falar um negócio antes, eu só posso falar isso aqui, vamos falar de dinheiro”, frisa.

O secretário de Saúde diz que há “reconhecimento de dívida lá”, de algumas empresas, e pelo seu orçamento só deve ter de R$ 300 a R$ 400 mil na “25”. Cartaxo responde: “Certo”.

Adalberto segue tratando de valores, porém, começa a relacionar com empresas, possivelmente fornecedores. “Mas tem R$ 2 milhões na ‘zero zero’, aí o ‘caba’ queria como foi em 2016, além do que a gente ficava pagando [inaudível]. Tem ainda Kairós. Kairós deve ter R$ 1 milhão, ‘tô’ dando um chute aqui. Mas se botar na ‘zero zero’ tem como pagar. Eu não tenho na ’25’. Você autorizando isso eu acho que dá pra pegar aí R$ 1 milhão, 1 milhão e meio”.

Neste trecho, Cartaxo é direto quanto as negociações. “Mas a gente tem que pagar a mais para poder pegar R$ 1 milhão”, destaca. Fulgêncio concorda. “Tem que ser um que dê pra pagar de R$ 300 a 400 mil”, diz o prefeito. Para Fulgêncio, até R$ 2 milhões dá para pagar na ‘zero zero’, e de R$ 1 milhão vai tirar R$ 200 mil.