Em reação a Bolsonaro, Fux e Pacheco defendem democracia e processo eleitoral

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse nesta terça-feira (3), após reunião com o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, que “anomalias graves” — como declarações sobre intervenção militar, fechamento do Supremo ou frustração de eleições — precisam ser combatidas e contestadas “a cada instante”.

A reunião foi marcada em meio a uma tensão entre o governo federal e o Poder Judiciário. O colunista do g1 Valdo Cruz informou que Fux decidiu buscar no Senado o apoio necessário para tentar “esfriar” e contornar a crise provocada pelo presidente Jair Bolsonaro.

No último dia 21, Bolsonaro concedeu perdão de pena ao deputado federal Daniel Silveira — um dia depois de ele ter sido condenado à prisão pelo STF — e na semana passada defendeu uma apuração paralela à do Tribunal Superior Eleitoral na eleição deste ano. Segundo Bolsonaro, essa sugestão foi apresentada ao TSE pelas Forças Armadas, que fariam essa apuração.

O tom do presidente do Senado após a reunião com Fux foi o mesmo de declarações que fez no último domingo, depois que manifestantes pró-Bolsonaro defenderam intervenção militar e fechamento do Supremo em atos de 1º de Maio.

“O que nós não podemos é permitir que o acirramento eleitoral — que é natural do processo eleitoral e das eleições — possa descambar para aquilo que eu reputei como anomalias graves e se permitir falar sobre intervenção militar, sobre atos institucionais, sobre frustração de eleições, sobre fechamento do Supremo Tribunal Federal. Essas são anomalias graves que precisam ser contidas, rebatidas com a mesma proporção a cada instante porque todos nós, todas as instituições, têm obrigações com a democracia, com o estado de direito, com a Constituição”, declarou Pacheco

Em nota após o encontro, o STF informou que Fux e Pacheco conversaram sobre “o compromisso de ambos para a harmonia entre os poderes, com o devido respeito às regras constitucionais”.

“As instituições seguirão atuando em prol da inegociável democracia e da higidez do processo eleitoral”, diz o texto da nota.

Do G1.