Em meio a denúncias de corrupção, FIFA escolhe seu novo presidente em fevereiro

A Federação Internacional de Futebol (FIFA) anunciou hoje (20), durante encontro entre os membros da executiva, em Zurique, na Suíça, que o congresso extraordinário que escolherá o novo presidente da Federação será no dia 26 de fevereiro, garantindo ao atual presidente, Joseph Blatter, mais sete meses no poder.

O encontro também serviu para debater reformas na instituição, cuja reputação foi manchada após revelações sobre um amplo esquema de corrupção envolvendo executivos da Federação e empresários da área de marketing esportivo. Ao todo, 14 réus são investigados pelas autoridades norte-americanas pelo suposto recebimento de subornos e propinas em contratos, num valor estimado de US$ 150 milhões, pelo período de 24 anos.

O presidente da União das Federações Europeias de Futebol (UEFA), Michel Platini, é um dos fortes candidatos à presidência, mas ainda não é certa sua participação na disputa. O príncipe da Jordânia, Ali Bin Al-Hussein, que perdeu as eleições para Blatter em maio, deve concorrer novamente. O ex-jogador português Luis Figo, o diplomata francês Jerome Champagne e até o ícone do futebol brasileiro, o jogador Zico, manifestaram interesse em disputar a presidência da maior entidade do mundo do futebol.

Joseph Blatter, que comanda a FIFA há 17 anos, foi reeleito para o quinto mandato em 29 de maio, mas anunciou, quatro dias depois, que pretende entregar o cargo. Ele justificou a decisão dizendo que, apesar de ter sido reeleito para a presidência, seu mandato parece não ter o apoio de todos no mundo do futebol.

Na ocasião, ele informou que Domenico Scala, chefe do Comitê de Auditoria da FIFA, seria o responsável pela coordenação de reformas estruturais na entidade. Mudanças na forma de eleição e no tempo de mandato dos membros do comitê executivo estão entre as reformas esperadas.

O presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Marco Polo del Nero, não participou da reunião de hoje e enviou uma carta justificando a ausência. Ele alegou que não poderia comparecer pois precisava acompanhar a abertura da Comissão Parlamentar de Inquérido para investigar a confederação no Senado e o desfecho da Medida Provisória 671, que parcelou a dívida dos clubes. Del Nero tem evitado deixar o país desde a prisão de seu antecessor, José Maria Marin, no dia 27 de maio. Marin continua preso em Zurique até que seja considerado um pedido de extradição feito pelas autoridades norte-americanas.