Eitel Santiago diz que procuradores da Lava Jato tiveram “motivação política” ao pedir sua saída

Em entrevista ao programa 'F5', da 89 Rádio POP, nesta sexta-feira (7), Santiago alegou que além do lobby dos procuradores da Lava Jato, outro motivo de sua saída da PGR "foi de foro íntimo"

O ex-secretário-geral da Procuradoria-Geral da União (PGR), Eitel Santiago escancarou a atuação política do Ministério Público, principalmente em processos de investigação como da Operação Lava Jato. Em entrevista ao programa ‘F5’, da 89 Rádio POP, nesta sexta-feira (7), Santiago alegou que um dos motivos de sua saída foi de foro íntimo, porém, ficou na bronca com o lobby feito por procuradores para sua saída.

Eitel foi acometido pela Covid-19, e revelou que problemas de saúde o levaram a pedir para sair da PGR. Conforme o paraibano, ele chegou a ter 50% dos pulmões comprometidos, e sua esposa não estava mais querendo se submeter a viagens para Brasília, para lhe acompanhar alguns dias.

“Se a pandemia tivesse encerrada, eu até não pediria exoneração. O cargo é de livre nomeação e confiança do Procurador-Geral da República, com quem fui leal todo tempo que lá estive e agindo sempre com respeito as minhas convicções. A Constituição assegura a qualquer pessoa a livre expressão do pensamento e das opiniões, inclusive um direito, do ponto de vista institucional, de fazer críticas sobre correção de rumos, quando há algum desvio. No caso, que aborreceu o MP, é que falei a verdade sobre distorções que têm ocorrido desde 2016. Enquanto estava na ativa no âmbito dessas investigações muitas vezes notei muito desrespeito as normais legais, que são usadas para haver investigações isentas”, afirmou.

De forma mais incisiva, ele foi claro ao dizer que os procuradores que pediram sua saída tiveram motivação política.

“Os quatro ou cinco conselheiros que pediram para que o PGR examinasse se eu permanecesse ou não, fizeram de forma subalterna, por motivação política”, disse Eitel Santiago.