Efraim Filho diz que rombo nos fundos de pensão é maior que o esquema do ‘Petrolão’

O presidente da CPI dos Fundos de Pensão, o deputado federal Efraim Filho (DEM), afirmou que o rombo apurado por essa Comissão Parlamentar de Inquérito na Câmara Federal será maior do que os identificados em esquemas como o ‘Petrolão’ e o ‘Mensalão’. “Foi montada uma verdadeira máquina de corrupção para financiar projeto do governo e do PT”, denunciou.

O presidente da Previ, Gueitiro Matsuo Genso, participou da audiência pública na terça-feira (22) na CPI. Ele explicou que o tipo de gestão feita pela instituição leva a uma baixa ingerência em seus investimentos. Segundo ele, as áreas técnicas apontam os investimentos e a decisão está sob responsabilidade de diretores, que são eleitos pelos beneficiários. “Eles levam aos outros diretores, e o comitê gestor decide por consenso. Nunca foi usado o voto de minerva, que cabe ao presidente, para decidir sobre investimentos”, afirmou.

Efraim Filho disse que o presidente da Previ, na verdade, reconheceu somente no ano de 2015 um déficit de aproximadamente R$ 16 bilhões. “Ou seja, os aposentados brasileiros começam a ter receio de ter um xeque-mate em seus proventos. Eles estão comprometidos em virtude de gestões temerárias ou fraudulentas”, disse.

O presidente da CPI dos Fundos de Pensão avalia que alguns investimentos poderiam ser melhores, principalmente em relação à participação dos fundos na Invepar, empresa de concessões de infraestrutura de transportes, como rodovias, metrôs, e aeroportos. “O preço da concessão foi muito alto, e isso gera uma margem de lucro muito pequena, o que dificulta o retorno dos investimentos”, disse.

Ele afirmou que já se identificou nos fundos de pensão o aparelhamento das instituições, o tráfico de influência e o desvio de finalidade. “Somado esse déficit da Previ com outros fundos, chegamos a um déficit de mais de R$ 43 bilhões”, comentou.

Segundos os dirigentes da Previ, R$ 13 bilhões foram perdidos apenas com a desvalorização das ações do Banco do Brasil, Vale, Petrobras, Bradesco e Neoenergia, uma empresa de geração e distribuição do setor elétrico que atua principalmente no Nordeste.

Nova resolução

Por sugestão dos deputados da CPI dos Fundos de Pensão, foi editada uma nova resolução da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (22/15) para regular o que deve ser feito em caso de déficit e superávit, o que facilita a recuperação no momento de crise, como agora, permitindo que problemas externos sejam levados em conta quando um fundo sofre perdas. Da mesma forma, quando houver novamente superávit, os fundos deverão guardá-lo. No passado, a Previ foi obrigada a repartir esses recursos com os beneficiários, e agora, caso a recuperação não aconteça, terá de reaver junto a eles os prejuízos.