Efeito coronavírus: comércio registra queda de 40% nas vendas, mas lojas não têm previsão de fechar

O impacto do coronavírus na economia local já está acontecendo. João Pessoa registra queda de 40% nas vendas, de acordo com dados da Câmara de Dirigentes Lojistas da Capital (CDL-JP). Supermercados e farmácias são os únicos tipos de estabelecimento que “sobrevivem”, devido ao pânico desnecessário da população – como relatou a Secretaria de Estado da Saúde e a Associação de Supermercados da Paraíba.

Região onde estima-se que será concentrado a maioria dos casos do novo coronavírus no estado, a Capital vai parando aos poucos. Reflexo disso acontece, naturalmente, no comércio, principalmente no Centro, principal região da atividade comercial na cidade.

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“O faturamento do comércio em geral já registra queda de 40%. O impacto já é real, está diminuindo muito [as compras], pessoal não está saindo para comprar. Apenas supermercados e farmácias registram movimento, mas nos outros setores a quebra já está grande”, afirmou o presidente da CDL-JP, Nivaldo Lins, ao Paraíba Já.

Sem lucro, as empresas devem apresentar dificuldades para manter os funcionários. Questionado se há comunicação das lojas para a entidade ou alguma medida sobre isso, Nivaldo disse que, neste momento, ainda não. “Não tem nada previsto com relação a isso. O que vamos orientar é que eles cumpram as orientações governamentais”, disse. O Governo do Estado publicou uma normativa nesta quarta-feira, restringindo eventos de massa, rodízio de servidores, entre outras medidas.

Apesar disso, ainda não há sinalização de que o comércio irá fechar por completo na Capital.

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O lado do empresário

Nivaldo destacou que as autoridades públicas também devem pensar em medidas que auxiliem os empresários neste momento conturbado da economia. Frisando que seu principal foco é no trabalhador, o presidente da CDL pediu compreensão.

“Que as autoridades olhem também o lado dos empresários. Temos compromissos a serem pagos, nossas duplicatas não devem ser prorrogadas, não sabemos ainda como será isso. O governo deve dar um freio geral, até porque deve chegar ao ponto de fechar as lojas, mas nossas dívidas devem parar também”, afirmou.

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Conforme o presidente da CDL, as empresas ainda não sabem como dever ficar as cobranças de impostos. Ele também demonstra preocupação com os pequenos negócios.

“O pior de tudo é quem é que vai pagar os salários dos funcionários? A maioria dos pequenos empresários lucram no mês para pagar o salário do funcionário, porque os pequenos não têm reservas [de dinheiro], é complicado. É uma situação realmente difícil, minha preocupação maior é com os funcionários”, finalizou.