Eduardo Campos teria sido mediador da crise se estivesse vivo, avalia especialista

Há um ano, quando o avião em que Eduardo Campos (PSB) viajava caiu, o presidenciável ocupava o terceiro lugar na disputa pelo Planalto. Tinha 10% das intenções de voto, atrás de Dilma Rousseff (PT), à época com 38% e Aécio Neves (PSDB), preferido por 23% do eleitorado.

Caso a tragédia não houvesse acontecido, acreditam os especialistas, o mais provável é que o político pernambucano mantivesse a terceira posição no primeiro turno e apoiasse o candidato tucano no segundo, sem que isso, contudo, alterasse o resultado final do pleito, com a reeleição da presidente petista.

Se Campos estivesse vivo, apostam os cientistas políticos, a principal alteração no cenário do País estaria acontecendo agora em 2015, neste momento de crise política. “Acredito que ele teria hoje o papel que cabe ao Michel Temer, mas com uma habilidade e agressividade política muito maior que o Temer. O que significaria uma projeção ainda maior”, afirma o sociólogo Rudá Ricci.

Mas Campos não teria apoiado Aécio no segundo turno e, portanto, estaria atualmente na oposição? “Não, necessariamente”, explica Ricci. Até mesmo por seus projetos para 2018. “Exatamente por ter apoiado o tucano nas eleições, ele poderia se colocar, agora, como elo entre a oposição e o PMDB. Se portaria como o homem da conciliação nacional, como o pós-lulismo.”

Por pós-lulismo, nesse caso, entende-se a manutenção das conquistas sociais, mas com a promessa de desenvolvimento industrial. Uma tradução do próprio visual de Campos: um nordestino bom de oratória, mas que colocava gel no cabelo como fazem os empresários. Um modelo que já tinha feito vitrine em Pernambuco. As informações são do iG.