Uma ‘Carta de Reivindicações’ está sendo elaborada pelos nove representantes do Departamento Nacional de Obras contra a Seca (DNOCS) presentes no I Encontro de Coordenadores Estaduais, que acontece nestes dias 5 e 6 em João Pessoa. O objetivo do documento será apresentar ao Governo Federal as demandas compartilhadas por todas as sedes, no intuito de “chamar a atenção”.
A carta será entregue por uma comitiva composta pelos diretores e coordenadores dos DNOCS, que planeja ir à Brasília, para apresentar aos políticos no intuito de atrair o apoio da bancada federal e chegar às mãos do presidente da República, Michel Temer.
O Diretor Administrativo do Órgão, Gustavo Henrique de Medeiros Paiva, enfatizou que é preciso o interesse das autoridades políticas, já que a maioria dos projetos não vão pra frente por falta de apoio. “Os projetos do Dnocs esbarram na questão política”, destaca.
As reivindicações
A falta de assistência do poder público e, consequentemente, a deficiência na prestação dos serviços dos DNOCS é o ponto comum entre todas as coordenadorias, o que, para o coordenador do DNOCS na Paraíba, Alberto Batista, foi uma surpresa. “Eu pensei em unir todas as coordenadorias no intuito de unir forças, mas fiquei surpreso ao ver que compartilhamos dos mesmos problemas”, comentou.
A explicação para que as demandas sejam as mesmas, segundo o Diretor de Recursos Humanos, Marley Cisne de Morais, é a falta de recursos para financiar as obras em todos os estados e, principalmente, a escassez de mão de obra. “Por mais que se modernizem os equipamentos, que traga o orçamento para a obra, sem a mão de obra não há como executa-las”, explicou Marley, que ainda acrescentou que um dos maiores desafios será conseguir realizar um concurso público para contratação de pessoal. “Essa, com certeza, terá uma prioridade diante de todas as outras reinvindicações”, completou.
Complementando as reinvindicações postas em comum, o Diretor de Infraestrutura Hídrica do DNOCS, Roberto Otto Penna, apresentou a urgência em recuperar as barragens que vão receber as águas da transposição do Rio São Francisco. “Uma vez que elas ficaram quase 20 anos sem manutenção é preciso recuperá-las. E com pouco recurso, como fazer? Essa é uma luta que nós estamos travando. Além de, claro, várias outras obras hídricas que precisam ser feitas em todos os estados que enfrentam a seca”, explanou.
Francisco Hermenegildo, que é coordenador Estadual do Dnocs no Ceará, a maior coordenadoria de todos os estados, fortaleceu a tese de que os problemas enfrentados por todas as sedes são iguais, mas frisou que, por ser a maior, lá tem um agravante: precisa de mais recursos. “O que torna ainda mais necessária a minha reinvindicação nesse encontro”, argumentou.
O Encontro
O I Encontro de Coordenadores Estaduais do DNOCS teve início na manhã desta quinta-feira (5) e vai até a sexta-feira (6). Participam do Encontro os coordenadores do DNOCS de Sergipe, Wesley Freitas; do Rio Grande do Norte, José Eduardo Alves; do Piauí, Antônio Djalma Bezerra; de Pernambuco, Marcos Antônio Rueda; de Minas Gerais, Guilherme Dias Ramos; do Ceará, Francisco Hermenegildo; da Bahia, Heraldo Eduardo; de Alagoas, Paulo Maia, além do anfitrião, Alberto Batista, da Paraíba e outros diretores do órgão.