Você viu? Diretor do CRM diz que sobram baratas e faltam medicamentos no Trauminha

Imagine uma barragem sangrando com 10 comportas e você só tem como fechar cinco. Tente imaginar também,uma enfermaria em um cenário de guerra, onde médicos e enfermeiros, tentam salvar a vida dos soldados com improvisos necessários para o momento, pois não existe outra alternativa. Na coletiva de imprensa, realizada na manhã de hoje (05), no Conselho Regional de Medicina (CRM),  foi  este cenário caótico do Ortotrauma de Mangabeira (Trauminha) descritos pelos médicos, após fiscalização realizada na última segunda-feira (04), em que foram constatadas diversas irregularidades que vão da falta de higiene a escassez de medicamentos.

O diretor do departamento de fiscalização do CRM, o médico João Alberto Moraes Pessoa, fez um levantamento rápido das irregularidades encontradas e foi firme em concluir que, se existisse outra opção para atender a população, o Trauminha deveria ser interditado.

“A avaliação que fizemos ontem do hospital é que ele realmente deveria está fechado e não tem a menor condições de atender a população. Encontramos de tudo, desde problemas de higiene, com baratas nas enfermarias, ausência de roupas para entrar nos centros cirúrgicos, falta de matérias e medicamentos, especificamente antibióticos. Eu achei até que eu fosse um politico, pois, no momento em que eu comecei a averiguar alguns pacientes, com relação ao seu tempo de permanência, houve uma enxurrada de doentes pedindo para ser colocado na lista, para poder ser operado. Um paciente inclusive que já tem 120 dias de espera e as sequelas dele irão se instalar, terá que,  provavelmente,ser considerado aposentado, por falta de uma resolução definitiva e a demora  no atendimento nas fraturas que ele tinha”, avaliou.

Aparelhos médicos quebrados e sucateados, pessoas fazendo a limpeza do hospital por falta de funcionários para isso, ausência de lençóis de cama, também foram casos pontuados por João Alberto

“A radiologia está praticamente toda quebrada, existem duas radiologias de maior potência, mas uma está quebrada e a outra  não tem como fazer uma raio x de boa qualidade no adomem. A revelação é feita com um material ultrapassado, vencido,  onde as películas são de péssima qualidade. Encontramos pessoas fazendo a higienização, muitas vezes, de enfermarias, porque era necessário fazer a limpeza e não tinha quem fizesse. A ausência de lençóis de cama. Na terapia intensiva nós encontramos pacientes sem tomar banho, porque se não iria molhar o lençol e não teria como trocar. Enfim, encontramos um caos no Trauminha”, esclareceu.