O PSB é presido por Carlos Siqueira

Em nota divulgada nesta terça-feira (23), o comando do PSB declarou apoio ao ex-presidente Lula no julgamento de seu recurso no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) nesta quarta (24). O partido critica a velocidade com que tramitou o processo de Lula na segunda instância, considerada atípica pela sigla.

“Quanto a esse aspecto, notamos que a rapidez da Justiça é um direito que assiste a toda a população, mas superar, no caso específico, a morosidade habitual, terminou por criar um fato político”, sustenta o texto (leia a íntegra abaixo).

O segundo ponto defendido pelo PSB é que o “tribunal político mais adequado em uma democracia é o voto popular, em eleições livres”. “Avaliação essa que é comum, no presente caso, à maioria das forças políticas responsáveis, independentemente de seu espectro ideológico”, afirma o partido. Para a direção da legenda, a liberação da candidatura de Lula à Presidência é “condição necessária” para que o país supere a crise política que se arrasta há mais de três anos.

O PSB é presidido por Carlos Siqueira e tem entre os seus principais líderes Roberto Amaral, ex-ministro da Ciência e Tecnologia de Lula. Os dois foram fundamentais para o desembarque do partido do governo Michel Temer. Alguns integrantes do PSB continuaram a votar com o governo, mesmo após o rompimento, mas acabaram saindo no fim do ano passado para legendas da base aliada do presidente.

Após a morte de seu presidenciável, o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, o partido lançou a candidatura de Marina Silva à Presidência em 2014. No segundo governo Dilma, manteve-se entre a oposição e a independência e rachou na gestão Temer. Prevaleceu dessa vez, porém, a ala oposicionista, que conta, por exemplo, com o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho,

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A capital gaúcha será palco de manifestações favoráveis e contrárias ao ex-presidente. Do lado dele, estão o PT e aliados, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), a Via Campesina, entre outros. Contra Lula, o Movimento Brasil Livre (MBL) e o Vem pra Rua, entre outros. Os dois últimos grupos se destacaram nos protestos pró-impeachment de Dilma.

Veja abaixo a íntegra da nota do PSB:

Nota a propósito do julgamento do ex-presidente Lula

O Partido Socialista Brasileiro – PSB, como todas as demais forças políticas instituídas do País, vem sendo chamado a se manifestar sobre o julgamento do ex-presidente Lula, que ocorrerá no próximo dia 24/01.

Nesse contexto, há dois elementos que merecem destaque. Em primeiro lugar, verifica-se certa atipicidade na velocidade com que tramitou o processo em segunda instância.

Quanto a esse aspecto, notamos que a rapidez da Justiça é um direito que assiste a toda a população, mas superar, no caso específico, a morosidade habitual, terminou por criar um fato político.

Em segundo lugar, considera-se que o tribunal político mais adequado em uma democracia é o voto popular, em eleições livres – avaliação essa que é comum, no presente caso, à maioria das forças políticas responsáveis, independentemente de seu espectro ideológico.

Cabe observar, ainda, que uma solução política, por meio das urnas, que se viabilize respeitando de modo estrito a legalidade, é condição necessária para que o País supere a crise política que vivencia há pelo menos três anos.

Brasília-DF, 23 de janeiro de 2018