Diante de investigados, Janot diz que Justiça deve ser para “fortes e para fracos”

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse nesta quarta-feira (26) que a Justiça deve ser para “fortes e para fracos”. A declaração foi feita durante asabatina a que Janot é submetido na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado, terceira etapa do processo em que Janot tenta a recondução ao cargo por mais dois anos. Dos 27 titulares da comissão, oito são investigados por Janot por suposta participação no esquema apurado pela operação Lava Jato. Dois dos suplentes também estão na mira da investigação.

A sabatina começou com uma apresentação que durou aproximadamente 17 minutos feita por Janot, na qual falou sobre sua passagem pela PGR entre os anos 2013 e 2015. “Em 2013, quando aqui estive para ser sabatinado, ressaltei a importância da impessoalidade na atuação estatal e lembrei que a régua da Justiça deve ser isonômica e sua força deve se impor a fortes e a fracos, ricos e pobres. Tal mensagem que a linguagem simples do povo traduz: o pau que dá em Chico dá em Francisco”, afirmou, repetindo um bordão que tem usado.

A sabatina de Janot começou às 10h. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse na semana passada que a ideia é levar a indicação de Janot à votação no plenário do Senado ainda nesta quarta-feira.

O processo de indicação de Janot está marcado pela tensão entre o PGR e políticos da Câmara e do Senado. Em março deste ano, ele pediu a abertura de inquérito contra 54 pessoas por conta do suposto envolvimento delas no esquema de desvio de recursos da Petrobras investigado pela Lava Jato. Entre os investigados estão Renan Calheiros, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o senador  e ex-presidente da República Fernando Collor (PTB-AL).

Na última segunda-feira (24), Collor, que não é membro da CCJ, mas participa da sabatina, usou a tribuna do Senado para chamar o procurador de “sujeitinho à toa” e “fascista”. No dia 6 de agosto, Collor também usou a tribuna do Senado para xingar Janot de “filho da puta”. Do Uol