Despedida de Cristovam Tadeu é marcada por aplausos; corpo é enterrado no Boa Sentença

Com a presença de várias personalidades políticas, como o governador Ricardo Coutinho (PSB) e o prefeito de João Pessoa Luciano Cartaxo (PSD), o velório do ator e humorista paraibano Cristovam Tadeu, enterrado neste domingo (09), no Cemitério Senhor da Boa Sentença, na capital. No momento em que o corpo estava sendo retirado da Central de Velórios São João Batista, familiares e amigos aplaudiram, como forma de prestar a última homenagem a Cristovam.

O humorista foi encontrado morto em seu apartamento, no Edifício Caricé, no Centro de João Pessoa, na manhã deste sábado (08). Cristovam foi vítima de um infarto.

Desde 2011, ele ocupava o cargo de diretor de programação da Rádio Tabajara, durante as duas gestões do governador Ricardo Coutinho.

Cristovam Tadeu é o humorista pioneiro na Paraíba no estilo one-man-show. Tadeu iniciou a sua trajetória artística no teatro no final dos anos 70. Em 1981 entrou para o Grupo Oficial do Teatro Santa Roza, atuando ao lado de Ednaldo do Egypto, Lucy Camelo e Pereira Nascimento na peça “O dia em que deu Elefante” texto de Marcos Tavares e direção da soteropolitana Tânia França. Atuou em inúmeras peças de teatro infantil sendo destacado em “Ali Ladrão e os 40 Babás” de G. Jorge e direção de Ednaldo do Egypto, “O Consertador de Brinquedos”, “Vamos Brincar de Circo” direção de Carlos Cartaxo e “Rock Monstro” (primeira montagem) de Waleska Picado e direção de Ednaldo do Egypto.

No teatro adulto participou também de muitas peças como “O Arcanjo Varonil” direção de Francisco Medeiros, “Papa Rabo” de W.J. Solha e direção de Fernando Teixeira, “O Testamento” com texto e direção de Pereira Nascimento e “Paraíbanadas” de Ednaldo do Egypto, entre muitas outras. Também dirigiu sua primeira peça aos 23 anos chamada “Bailei na Curva” do grupo do Jeito que Dá – RS.

O humorista sempre exercendo a sua veia cômica se especializou em imitar personagens da política e cultura brasileira; contar histórias engraçadas e imitar cantores. Seu primeiro show Pra Morrer de Rir, de 1983 já mostrava o talento do jovem comediante.

Em 1986 iniciou o projeto de humor em bar se apresentando e lançando novos talentos no famoso Bar Travessia. Atuou em dezenas de peças de teatro, escreveu e dirigiu dois espetáculos de grande sucesso (Vovô Viu a Uva e Vovó Viu a Ave), fez cinema (24 h e Marcus Villar e Por 30 Dinheiros de Vânia Perazzo e Ivan Herbalov) e na TV, além de ter feito centenas de comerciais, escreveu, dirigiu e produziu o primeiro programa de humor da Paraíba chamado ”Sábado de Graça”.

No ano de 1989, em São Paulo, fez parte do elenco do programa Só Riso, na Rede Band ao lado de Costinha, Zé Vasconcelos, Lilico e Zé Bonitinho. Entre seus trabalhos mais recentes, fez durante quatro anos participações no programa “Show do Tom”, atração da Rede Record, como o personagem Gaetano Velhoso. Tadeu está celebrando uma vida inteira dedicada ao humor: dos quadrinhos às charges, do teatro à TV.

Rodeado de um apartamento recheado de filmes, jogos, quadros, cartazes, CDs, brinquedos e bonecos em miniatura, objetos que de alguma forma, em alguma época retrataram e retratam a personalidade do entrevistado, não é difícil reparar que Cristovam Tadeu é hoje um ícone da multipersonalidade artística e mais um orgulho fruto das terras dos tabajaras, permanecendo num posto seguro para que futuros aprendizes da arte de rir possam pegar um pouco dos mais de 33 anos de história do paraibano. “Não existe humor velho ou humor novo, o que existe é humor com graça e humor sem graça”.