Ver in loco como está a real situação do andamento das obras do projeto de transposição do Rio São Francisco, no Eixo Norte, anotar as dificuldades atuais e o que falta e cobrar das autoridades responsáveis a conclusão do projeto como havia sido prometido há mais de um ano. Essa é a proposta da visita técnica que será realizada pela Assembleia Legislativa da Paraíba, por sugestão do deputado Jeová Campos (PSB), nesta sexta-feira (08). A visita terá início no escritório do Ministério do Desenvolvimento Regional (antigo Ministério da Integração Nacional), em Salgueiro (PE), às 9h, em seguida, passará pela Estação de Bombeamento (EBI-3) e finalizará no túnel Milagres (CE), no final do dia.

Segundo Jeová, a visita vai gerar um relatório que será encaminhado aos parlamentares da bancada federal paraibana e também ao Ministério do Desenvolvimento Regional (antigo Ministério da Integração Regional). “Vamos ver como estão as obras, levantar o que está faltando, consubstanciar esses dados num documento e cobrar das autoridades do Governo Federal que concluam as obras urgentemente”, afirma o parlamentar.

O deputado lembra que o Eixo Norte constitui-se em um percurso de, aproximadamente, 400 km, com ponto de captação de águas próximo à cidade de Cabrobó (PE). De acordo com o projeto, essas águas serão transpostas aos rios Salgado e Jaguaribe até os reservatórios de Atalho e Castanhão no Ceará; ao Rio Apodi, no Rio Grande do Norte; e Rio Piranhas-Açu, na Paraíba e Rio Grande do Norte, chegando aos reservatórios de Engenheiro Ávidos e São Gonçalo, no sertão paraibano, além de Armando Ribeiro Gonçalves, Santa Cruz e Pau dos Ferros, no Rio Grande do Norte.

“É importante realizar essa visita técnica às obras da Transposição para identificar em que reais condições se encontram esses pontos finais da obra que são fundamentais para a chegada das águas do Rio São Francisco na Paraíba, inclusive desaguando em São José de Piranhas”, destacou Jeová, lembrando que a temática da água foi um dos temas que mais marcaram os debates da ALPB durante os quatro anos da legislatura passada. “Infelizmente, por não ter tido as obras concluídas, ainda precisamos focar nessa questão. Eu gostaria muito de estar pautando debates sobre a racionalidade do uso das águas da transposição, mas, as águas precisam chegar antes e, para isso, é preciso concluir a obra. Não sei porque tanto descaso, se falta tão pouco para concluí-la”, finalizou o depurado.

Sobre a transposição do rio São Francisco

É um projeto de deslocamento de parte das águas do rio São Francisco nomeado pelo governo brasileiro como “Projeto de Integração do Rio São Francisco com Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional”. A obra consiste na construção de mais de 700 quilômetros de canais de concreto em dois grandes eixos (Norte e Leste) passando pelos estados de Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte. Ao longo do caminho, o projeto incluiu a construção de nove estações de bombeamento de água. Com previsão de beneficiar 12 milhões de pessoas, o projeto prevê a captação de apenas 1,4% da vazão de 1 850 m³/s do São Francisco, dividida nos dois eixos de transposição.