Deputado julga afastamento de Cunha como tardio e diz que político é ‘perigoso’

Na manhã desta quinta-feira (5) o país amanheceu com a notícia do afastamento de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) de seu mandato e da presidência da Câmara dos Deputados a partir de liminar concedida pelo Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki. Para o deputado estadual Anísio Maia (PT), é importante saber por que depois de quase cinco meses e com irrefutáveis provas, só agora alguma providência foi tomada contra Eduardo Cunha.

“Um ministro tem a convicção que réu é perigoso, tem provas na mão por meses, mas espera o mesmo realizar toda sua obra suja para só depois tomar providências. Eduardo Cunha virou um ‘bode na sala’ e precisaram se livrar dele” afirmou Anísio Maia.

Para Anísio “a decisão de Teori Zavascki prova o que sempre soubemos: a Lei no Brasil só serve aos interesses dos poderosos. Agora que estão prestes a consumar o golpe, Cunha passou a ser descartável. A elite jamais irá querer governar com o baixo clero. A culpa sempre é do mordomo.”

O petista não acredita que haja motivos para comemoração porque estão configurados precedentes para que o Judiciário atue politicamente, de acordo com a conjuntura e não com a Constituição. “Tudo passou a ser decido por motivações políticas, a prova disto é o caso do senador Delcídio Amaral, quando rapidamente tomou-se providência. Mas, só agora descobriram que Eduardo Cunha usava seu cargo para fins escusos. Justiça que tarda é falha e nunca é justa”.

“A rigor tudo que Cunha presidiu está comprometido, inclusive o processo de impeachment. Precisamos rever todas as votações comandadas por ele de forma desonesta neste quase um ano e meio como presidente da Câmara. Ou só vão considerar a parte que interessa a política do Supremo?” questionou o parlamentar.