Depois da viagem frustrada de Cássio, outro senador paraibano parte para a Venezuela

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) anunciou nesta terça-feira (23) que uma nova comissão de senadores irá à Venezuela, depois do fiasco da ida de um outro grupo de parlamentares brasileiros ao país governado pelo presidente Nicolás Maduro, na semana passada. A comitiva partirá do Brasil nesta quarta-feira (24).

Lindbergh Farias criticou o grupo de parlamentares oposicionistas, entre os quais o paraibano Cássio Cunha Lima (PSDB), que foi ao país anteriormente e garantiu que a nova comitiva vai buscar uma posição equilibrada.

“Nós queremos conversar com todos, vamos conversar com o principal líder da oposição venezuelana – que é Henrique Capriles, que não foi procurado pela comitiva anterior – vamos conversar com as mulheres dos presos da Venezuela, queremos conversar com o governo. Agora, queremos ter uma posição equilibrada. A última coisa que nós queremos é que a Venezuela entre num processo de guerra civil. Isso é ruim para a Venezuela, é ruim para o Brasil, ruim para a América Latina”, afirmou o senador, que nasceu na Paraíba, mais construiu carreira política no Rio de Janeiro.

Lindbergh lembrou que a situação político-institucional na Venezuela é “gravíssima”, que já houve confrontos de rua e que 43 pessoas morreram. Ele garantiu que a nova comitiva vai defender a “legalidade democrática e a realização de eleições diretas”. No entanto, o senador admitiu que a comissão, da qual fará parte, só foi proposta porque a comitiva anterior foi hostilizada no país.

Na última semana, os oito senadores brasileiros que foram à Venezuela tiveram que retornar no mesmo dia, porque foram agredidos ao sair do aeroporto, com insultos e objetos atirados contra o ônibus em que estavam. Para Lindbergh, os parlamentares formaram uma “comissão partidária” que viajara para ouvir apenas um dos lados, acirrando o clima de tensão no país.

“Sinceramente, essa comissão de que o senador Aécio (Neves (PSDB-MG)) participou era uma comissão partidária. O senador Aécio, como presidente do PSDB, deveria ter pago passagem com dinheiro do PSDB. Eles foram conversar só com um lado. E não foram cuidadosos. Você colocar em um carro os principais líderes da oposição venezuelana, (a líder de oposição venezuelana) Maria Corina e as mulheres dos presos, foi inconsequente. Poderia ter gerado uma situação gravíssima, porque a situação da Venezuela é de muita tensão”, afirmou.

O senador petista classificou ainda de “preguiçosa” a visita dos colegas da oposição, uma vez que eles não insistiram em ficar no país, após o episódio de hostilidade, para cumprir a agenda prevista.

Além de Lindbergh Farias, integram a nova comitiva os senadores Telmário Mota (PDT-RR), Lídice da Mata (PSB-BA), Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e Roberto Requião (PMDB-PR), que presidirá o grupo.