Durante a coletiva de imprensa realizada na Superintendência da Polícia Federal na Paraíba na manhã desta terça-feira (3), em Cabedelo, referente à execução da operação Xeque-Mate, o delegado federal Fabiano Emídio revelou detalhes da investigação. Segundo o agente, há indícios de que o prefeito afastado e preso de Cabedelo, Leto Viana (PRP), comprou o seu mandato por uma quantia de R$ 5 milhões com o dinheiro sendo viabilizado por um empresário conhecido da Paraíba.

O fato teria acontecido em 2013, quando Leto era ainda vice-prefeito. Luceninha, então gestor do município, teria recebido parte da quantia para renunciar o cargo. Na época, sua saída foi considerada um mistério, já que não havia razão aparente para tal.

Segundo Fabiano, a investigação começou há um ano e meio quando o ex-vereador e presidente da Câmara de Cabedelo, Lucas Santino, também investigado em outras ações, assinou um acordo de delação premiada.

O ex-vereador citou ainda, no acordo de colaboração, uma tentativa de homicídio a um vereador que seria componente do esquema de corrupção que envolvia lavagem de dinheiro, contratação de funcionárias fantasmas, doações irregulares de terrenos públicos e outros crimes.

Entenda

Foram presos na manhã desta terça-feira (3), além do prefeito Leto Viana, o presidente da Câmara de Cabedelo, Lúcio José, a primeira-dama, Jacqueline Viana, e mais 8 pessoas, dentre elas mais três vereadores: Tércio Dornelas, Júnior Datele e Antônio Bezerra.

Além da prisão, os mesmos foram afastados dos seus cargos juntamente com o vice-prefeito, Flávio Ribeiro, outros cinco vereadores e dezenas de servidores públicos que fariam parte do esquema criminoso.

Estimativas dão conta de que o esquema teria movimentado uma quantia de recursos do erário de Cabedelo que gira em torno de R$ 30 milhões.