Delegada que investigou Brennand recebeu ameaças após desistir de encontro com ele

A delegada Dannyella Gomes Pinheiro, da 3ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM Oeste) de São Paulo, responsável por uma das investigações sobre Thiago Brennand, aceitou ir a um encontro com ele e depois, ao recuar, passou a receber ameaças do empresário. As informações são do O Globo.

Segundo o jornal, Dannyella investigou suposta agressão de Brennand ao filho menor de idade. Em 11 de maio do ano passado, ele foi intimado a depor e foi interrogado pela delegada. Mas, pouco mais de um mês depois, em 22 de junho, ela registrou um boletim de ocorrência contra ele no Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).

No boletim, a delegada contou que conheceu Brennand em 11 de maio e que os dois conversaram profissionalmente por cerca de 20 minutos e, naquele mesmo dia, trocaram números de telefone e começaram a conversar por mensagens. Conforme relatou Dannyella, eles marcaram um encontro para o sábado, dia 14 de maio. No entanto, na sexta-feira, ela enviou uma mensagem dizendo “que achava melhor cancelarem”.

De acordo com a policial, Brennand continuou enviando mensagens por quatro dias seguidos, e algumas delas com ofensas. Além disso, em 20 de junho, ele afirmou que iria à delegacia onde ela trabalha e ameaçou acionar a Corregedoria da Polícia Civil se ela não o recebesse.

Ao O Globo, Dannyella disse que não voltou a se encontrar com o empresário, que não houve favorecimento na investigação e que é mais uma vítima dele. Segunda a delegada, com ela, o empresário “sabia onde estava pisando”.

“Sou uma vítima como todas as outras do Brennand. Mas comigo ele sabia onde estava pisando, ele puxou o freio de mão. Ele primeiro foi super educado comigo, eu aceitei ir ao jantar, mas logo percebi que não batia comigo. Registrei o boletim de ocorrência para me resguardar, e não representei contra ele porque as importunações pararam”, afirmou.

Já a investigação sobre a suposta agressão ao filho passou a ser conduzida por outra delegada, Wanessa Miranda Ferreira. Em 29 de maio, o Ministério Público de São Paulo recomendou o arquivamento por não haver indícios de conduta dolosa ou culposa por parte de Brennand. Em 22 de junho, o inquérito foi arquivado pela Justiça.

Prisão de Brennand
O empresário Thiago Brennand está preso no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pinheiros. No momento, ele está isolado dos demais 709 detentos do local. Pelo regulamento interno, ele pode ficar de 10 a 30 dias sozinho antes de ter contato com os demais presos do local. O empresário chegou ao Brasil extraditado dos Emirados Árabes no dia 29 de abril.

Na manhã de 30 de abril, o empresário passou por audiência de custódia no Fórum da Barra Funda, na Zona Oeste de São Paulo. A Justiça paulista decidiu por manter a prisão dele.

Desde setembro de 2022, quando a juíza Érika Mascarenhas, da 6ª Vara Criminal de São Paulo, emitiu a primeira ordem de prisão contra Brennand, ele estava nos Emirados Árabes. Acusado de violência física e sexual contra mulheres e com cinco mandados de prisão expedidos pela Justiça.

Entenda as acusações
Há cinco ordens de prisão contra ele e oito processos criminais na Justiça. O primeiro pedido de prisão, no caso da modelo Helena Gomes, agredida na academia de um shopping na capital paulista, foi expedido um dia depois que Brennand deixou o País e viajou para o exterior.

Outro mandado para prender o empresário foi expedido no caso da mulher que o acusou de tê-la mantido em cárcere privado e tatuado à força suas iniciais no corpo dela. Em outra ação, ele foi acusado de estupro por uma mulher levada à sua mansão, em um condomínio de luxo, em Porto Feliz. A quarta prisão foi decretada devido à denúncia de estupro em um hotel da capital, feita pela ex-miss e estudante de Medicina Stefanie Cohen. Em vídeo divulgado neste mês, Brennand negou as acusações e disse que será “preso injustamente”.