Delator afirmou que Romero pediu R$ 150 mil em propina para facilitar contratos para a Cruz Vermelha

O prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues (PSD), foi citado por um dos delatores da Operação Calvário como sendo um dos beneficiários de propinas oriundos de contratos fraudulentos com Organizações Sociais na Paraíba.

De acordo com o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado do Ministério Público do Estado da Paraíba (Gaeco), responsável pelos pedidos de prisões e busca e apreensão na 7ª fase da Calvário, o delator Daniel Gomes da Silva afirmou que o pedido da propina teria sido feito pelo procurador jurídico do Estado, Jovino Machado Neto, para estruturar a campanha de Romero nas eleições de 2016.

Ainda de acordo com o delator, em contrapartida Romero Rodrigues (PSD) iria facilitar a contratações de OSs em Campina Grande e contratos com Cruz Vermelha.

Em nota, a Prefeitura de Campina Grande negou a versão do delator.

Confira a nota:

NOTA – PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMPINA GRANDE

A Prefeitura de Campina Grande vem a público prestar os seguintes esclarecimentos a respeito de uma possível citação do nome do prefeito Romero Rodrigues na colaboração premiada do Sr. Daniel Gomes, da Cruz Vermelha, citando suposta doação de R$ 150 mil para uma de suas campanhas eleitorais em Campina Grande:

O prefeito Romero Rodrigues jamais aceitou contribuição financeira para qualquer de suas campanhas em troca de possíveis favores futuros a grupos empresariais. 

Caso houvesse minimamente qualquer procedência em relação à citação do Sr. Daniel Gomes, a contrapartida apontada na colaboração premiada do empresário – a contratação da OS Cruz Vermelha no âmbito do Município de Campina Grande – teria sido consolidada, o que JAMAIS ocorreu. Até mesmo uma lei aprovada e que permitia a terceirização de serviços em várias áreas foi revogada pelo prefeito, tão logo assumiu em 2013, de forma unilateral e firme, sem deixar brechas para quaisquer iniciativas nesse sentido. 

O prefeito Romero Rodrigues rechaça, veementemente, qualquer insinuação sobre seu envolvimento, direto ou indireto, em quaisquer esquemas de desvios de dinheiro público e, nesse caso particular, a própria opção político-ideológica de seu governo em prol do fortalecimento do patrimônio do Município evidencia a nítida improcedência da informação. 

Bem ao contrário de investir recursos públicos na contratação de Organizações Sociais suspeitas, o prefeito Romero Rodrigues fez a opção, sim, pelo caminho oposto, na área de Saúde: municipalizou os hospitais Pedro I e Dr. Edgley, além de promover a aquisição patrimonial da Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD), hoje transformada em Centro Especializado de Reabilitação – uma das referências no Brasil na atenção às crianças e jovens com deficiência. 

Na prática, o caminho por municipalizar serviços mostrou-se muito mais saudável do ponto de vista institucional e menos danoso ao erário do que a opção fácil e perigosa da terceirização, na avaliação do prefeito. 

Colocando-se inteiramente à disposição da Justiça e das autoridades para prestar todo e qualquer esclarecimento a respeito de qualquer informação que diga respeito à sua conduta na vida pública, o prefeito Romero Rodrigues, de peito aberto e consciência tranquila,  reafirma sua confiança nos rumos das investigações, principalmente quando se tratar de separar o joio do trigo e confirmar a lisura e inocência dos que estão sendo levianamente levados à vala comum das suspeitas e acusações sem provas e consistência.