A Defensoria Pública da União pediu à Justiça o adiamento das provas do Enem marcadas para 17 e 24 de janeiro (versão impressa). Originalmente, o exame seria feito em novembro, mas a data foi alterada devido à pandemia. O Enem 2020 tem 5,78 milhões de candidatos confirmados. A versão digital será realizada em 31 de janeiro e 7 de fevereiro.
Assinam a ação contra o Ministério da Educação (MEC) e o Inep, autarquia responsável pelo exame, também a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) e as entidades Campanha Nacional pelo Direito à Educação e Educafro.
O documento da defensoria diz que “temos agora uma prova agendada exatamente no pico da segunda onda de infecções, sem que haja clareza sobre as providências adotadas para evitar-se a contaminação dos participantes da prova, estudantes e funcionários que a aplicarão”.
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E complementa dizendo que “não há maneira segura para a realização de um exame com quase seis milhões de estudantes neste momento, durante o novo pico de casos de COVID-19”.
Em entrevista ao G1 nesta terça (5), o presidente do Inep, Alexandre Lopes, descartou um novo adiamento, e disse que o órgão está preparado para fazer a prova com a pandemia.
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Lopes afirma que as medidas de prevenção contra o coronavírus serão as mesmas para todos os lugares. Não haverá planejamento especial para os locais que estejam com aumento no número de casos, segundo o presidente do Inep.
Entre as medidas, estão:
- Uso obrigatório de máscaras para candidatos e aplicadores;
- Disponibilização de álcool em gel nos locais de prova e nas salas (a quantidade total só será conhecida após a aplicação do exame);
- Recomendação de distanciamento social no deslocamento até as salas de provas
- Identificação de candidatos do lado de fora das salas, para evitar aglomeração – haverá marcações no piso para ter distanciamento, caso haja fila
- Contratação de um número maior de salas: na edição de 2019 foram 140 mil locais de aplicação; agora serão 200 mil
- Salas de provas com cerca de 50% da capacidade máxima
- Candidatos idosos, gestantes e lactantes ficarão em salas com 25% da capacidade máxima
- Higienização das salas de aulas, antes e depois do exame
Além disso, o presidente do Inep aponta que as provas vão ser feitas aos domingos, quando há menor circulação de pessoas nas cidades. O G1 entrou em contato com o Inep nesta sexta para saber a posição da autarquia sobre a ação da Defensoria e aguarda resposta.
O Brasil atingiu na sexta 200.334 mortes por Covid. A curva subiu em 10 estados.
Representação
A UNE e a Ubes entraram mais cedo nesta sexta com a representação no Ministério Público Federal (MPF).
Na ação, a UNE e a Ubes afirmam que esperavam maior protagonismo do MEC na articulação da rede pública para enfrentar os problemas da educação na pandemia.
“Ao contrário, o MEC e o Inep se mantiveram inertes até que inúmeras ações judiciais pedissem o adiamento do exame e, após serem convencidos da necessidade do adiamento, não dialogam adequadamente com as partes interessadas (secretarias de educação, universidades e estudantes) para definição de uma nova data, desconsiderando absolutamente o resultado da consulta pública realizada através do seu próprio portal”, cita a ação encaminhada ao MPF.
O texto se refere à enquete feita pelo governo com candidatos do Enem para escolher uma nova data do exame. No levantamento, venceu a data de maio, mas a prova foi remarcada para janeiro.
Do G1.