‘Dedo duro’, ‘X9’ ou ‘caboeta’, são nomes popularmente usados para pessoas que delatam outra. Um desses adjetivos definiriam bem a atitude do deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), um dos líderes do Governo do presidente Michel Temer (PMDB), na Câmara.

Os deputados levaram para Temer uma lista com cerca de 40 deputados, que votaram a favor da denúncia do presidente, e quem deverão pagar por sua infidelidade nas próximas semanas. Cada parlamentar geralmente tem mais de uma indicação, o número de trocas pode chegar a mais de 80 cargos.

Alguns dos deputados paraibanos, que votaram contra Temer, já sofreram a retaliação do presidente. Antes mesmo da votação, Pedro Cunha Lima (PSDB), viu seu indicado para a superintendência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) na Paraíba, o mestre em Direito Ambiental Thiago Maranhão Diniz, ser exonerado um dia antes da denúncia ser analisada na Câmara dos Deputados.

O diretor de Administração e Finanças do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Gustavo Adolfo Andrade de Sá, indicado ao cargo pelo paraibano Wellington Roberto (PR), também foi exonerado. Veneziano Vital do Rêgo (PMDB, foi punido pelo seu partido com o afastamento das suas funções por 60 dias. Ainda votaram contra Temer Damião Feliciano (PDT) e Luíz Couto (PT)

O objetivo com as mudanças na administração Federal é contemplar o chamado “centrão”, grupo formado por partidos como o PP, PR e PSD, que somam cerca de 150 deputados. Os parlamentares desses partidos votaram majoritariamente a favor de Temer, ao contrário de outras legendas da base, como o PSDB, que rachou.

A denúncia apresentada contra Temer foi votada no último dia 2 de agosto na Câmara. Desde então, o centrão vem cobrando que os deputados ‘infiéis’ sejam punidos e ameaçando votar contra o governo nas reformas econômicas e até mesmo em não barrar uma eventual segunda denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) enviada contra o peemedebista.