Debate da OAB-PB é marcado por ausência polêmica e tentativa de manipulação da advocacia

Debate da OAB-PB é marcado por ausência polêmica e tentativa de manipulação da advocacia
Debate teve ausência do candidato Harrison Targino - Foto: Reprodução

O tão aguardado debate entre os candidatos à presidência da OAB-PB, realizado na boite dessa sexta-feira (1), pela TV Diário do Sertão, trouxe momentos intensos e trocas de propostas que refletiram o cenário atual da advocacia paraibana. Com a condução experiente de Paulo Maia, que mostrou domínio das questões internas da Ordem, e a participação de Patrícia Azevedo, que apresentou propostas que, embora grandiosas, ignoravam algumas limitações impostas pela legislação própria da OAB, o evento prometia um confronto de ideias decisivo. Mas o verdadeiro destaque da noite foi um “não comparecimento” – uma ausência planejada que gerou perplexidade e um misto de indignação entre a classe advocatícia.

O candidato Harrison Targino, cuja presença havia sido confirmada em reunião prévia, surpreendeu ao não aparecer, lançando nas redes sociais uma tentativa de justificar a ausência com alegações de que o debate teria sido estruturado “sem sua consulta”. A declaração foi prontamente desmentida pelos organizadores, que apresentaram registros e gravações que comprovam a transparência e o consenso entre os representantes das três campanhas na definição das regras, data e horário.

Para muitos advogados e advogadas que acompanhavam o debate, o comportamento de Harrison Targino foi visto como uma manobra destinada a evitar o confronto direto, especialmente em um ambiente que poderia expor fragilidades e questões delicadas de sua trajetória. Em vez de encarar as perguntas e abrir suas ideias ao escrutínio público, o candidato escolheu se esquivar, apostando em uma narrativa que tenta, sem sucesso, desviar o foco da sua ausência.

“A classe advocatícia é esclarecida, com capacidade crítica, e não se deixa manipular por justificativas frágeis”, comentou um advogado presente no evento. Para ele, a decisão de Harrison Targino de evitar o debate levanta suspeitas sobre quais “feridas” ele preferiu não expor publicamente e que certamente se tornarão mais evidentes nas próximas semanas.

A postura de Paulo Maia, que manteve firmeza e clareza em suas respostas, contrastou com o tom das promessas grandiosas de Patrícia Azevedo, cujo desconhecimento sobre as limitações da legislação da Ordem foi visível em propostas que, embora atraentes para alguns, revelaram uma falta de conexão com a realidade jurídica. Ainda assim, o verdadeiro tema central da noite foi a tentativa de manipulação da narrativa por parte de Harrison Targino, um comportamento que, para muitos, reflete um receio de enfrentar as próprias falhas e inconsistências em público.

Com a ausência marcante de Harrison Targino e as questões levantadas por sua escolha de não participar, o debate evidenciou um cenário eleitoral mais complexo do que simples propostas e ideias. A classe advocatícia da Paraíba, atenta e exigente, ficará de olho nas próximas movimentações, especialmente nas “feridas” que podem vir à tona e nas explicações que ainda estão por vir. Em um momento decisivo para a OAB-PB, a transparência e a coragem para enfrentar o público se tornam elementos essenciais para qualquer liderança que almeje representar a advocacia paraibana com dignidade e compromisso.