CRM constata, mais uma vez, caos no Trauminha e promete interdição parcial

Superlotação, falta de equipamentos precária, escassez no fornecimento de roupa de cama e vestuário para profissionais e pacientes, falta de medicamentos, equipamentos danificados e precarização na manutenção do prédio é a realidade do Trauminha.  A constatação do caos na oferta do serviço saúde oferecido pela Prefeitura da Capital é do Conselho Regional de Medicina da Paraíba  durante  inspeção no hospital apontado pela Prefeitura de João Pessoa, como exemplo a ser seguido.

O CRM disse que a fiscalização foi motivada por denúncias de médicos e pacientes. “Alguns setores do hospital deveriam ser interditados eticamente. Porém, como a unidade atende uma grande parcela da população e, em especial, pessoas mais carentes, não iremos fazer a interdição a curto prazo. Vamos nos reunir com os gestores, secretário municipal de Saúde e o Ministério Público para buscar soluções para os problemas identificados mais uma vez no hospital”, disse o presidente do CRM-PB, João Medeiros.

Esta é a primeira fiscalização que o CRM-PB realiza no Trauminha este ano, mas ao longo dos últimos três anos o Conselho tem inspecionado a unidade e solicitado adequações importante para a prestação de serviço médico aos pacientes e melhores condições de trabalho para os profissionais. “A situação do hospital praticamente não mudou em relação à fiscalização que fizemos há um ano. Os problemas persistem e pouco foi feito para sanar as inadequações que encontramos em outras inspeções”, destacou o diretor do Departamento de Fiscalização, João Alberto Pessoa.

A vistoria foi acompanhada por gestores do hospital. Na área vermelha, faltavam monitores, roupas de cama para pacientes, manutenção predial. O local recebe pacientes em estado grave, que devem permanecer no local por até 72h, porém alguns ficam no setor por mais de um mês. Na área amarela, foram identificadas diversas infiltrações, estruturas danificadas, falta de ventilação e climatização, além de roupas de cama levadas pelos familiares dos internos.

Apesar de ser um hospital de referência em trauma, o tomógrafo está sem funcionar há mais de seis meses por falta de uma peça. Equipamentos importantes, como é o caso do capnógrafo, que monitora o dióxido de carbono dos pacientes durante as cirurgias, são escassos. Em todo o hospital só há um, provocando atrasos nos procedimentos cirúrgicos.

Durante a fiscalização, foi possível identificar pacientes instáveis aguardando atendimento no corredor por falta de leitos. Na área verde, a equipe constatou que havia pacientes aguardando há seis dias, em poltronas, encaminhamento para procedimentos. Em todos os setores que a equipe de fiscalização passou, pacientes e acompanhantes se queixavam da falta de estrutura do hospital.

“Uma das tarefas primordiais do conselho é zela pelo exercício ético da profissão no sentido que sejam oferecidas condições mínimas para o trabalho médico, para que seja oferecido um atendimento digno e de qualidade a nossa população. Nosso intuito com esta fiscalização é contribuir para melhoria das condições de atendimento desse hospital”, disse o presidente do CRM-PB.

A fiscalização foi acompanhada pelo presidente do CRM-PB, João Medeiros, o diretor de Fiscalização, João Alberto Pessoa, o primeiro secretário, Marcelo Queiroga, o segundo secretário, Walter Azevedo, o tesoureiro: Fernando Serrano, o vice-corregedor, Marco Aurélio Smith, e os médicos fiscais Cândida de Araújo e Marnio Costa.

As informações são do Click PB.