Covid-19: ‘Estados estão à mercê de sua própria sorte’, diz João sobre falta de comando de Bolsonaro

Conforme dados da Secretaria Estadual de Saúde, a Paraíba contabiliza 2.525 casos do covid-19, com 139 óbitos causados pela doença

O governador da Paraíba, João Azevêdo (Cidadania), fez duras críticas hoje ao governo federal no combate à pandemia do novo coronavírus. Em entrevista à CNN Brasil, Azevêdo afirmou que falta aos comandados do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), um discurso de articulação com governadores e prefeitos.

“Na mudança da equipe do ministério (da Saúde, em abril), criou-se um vácuo. Durante esse período, a logística que estava sendo implementada para a aquisição de equipamentos foi suspensa, e implantou-se uma nova filosofia. Hoje, não temos respiradores chegando da China, e fabricam-se aqui 180, o que não representa nada”, disse Azevêdo.

“Faltou um discurso único, de liderança. Os estados estão à mercê de sua própria sorte, buscando aquisição de equipamentos, com uma muito grande dificuldade, com aproveitamento do mercado subindo preço de equipamentos. Faltou um discurso único, e a gente percebe que tem um desencontro da fala de autoridades do governo federal”, acrescentou.

Segundo dados do Ministério da Saúde, até as 19h de ontem, a Paraíba contabilizava 2.341 casos do covid-19, com 135 óbitos causados pela doença. Para Azevêdo, ainda não é o momento de relaxar como medidas de isolamento.

“Só será possível flexibilizar quando (houver), primeiro, uma diminuição constante de casos a cada dia, quando tivermos atingido o patamar máximo de contaminação, quando tivermos um número de leitos que ofereça essa garantia de UTI”, explicou.

Em cálculos do governador, a Paraíba tem apenas 55% de leitos hospitalares ocupados, mas os números são menos favoráveis em outros recortes. São cerca de 67% de leitos de UTI ocupados e 70% de leitos ocupados na região metropolitana de João Pessoa, por exemplo.

“Nós não temos hoje, ainda, um plano de contingência todo formalizado, por conta de UTIs que não foram instaladas por falta de equipamento. É preciso ter uma visão mais clara, consistente. Estamos subindo uma ladeira. Quando estamos descendo, poderemos flexibilizar”, concluiu.

Do UOL