O deputado federal Luiz Couto (PT-PB) fez um desabafo nesta segunda-feira, 26, durante a sessão solene que solicitou em homenagem ao lançamento da Campanha da Fraternidade na Câmara Federal. A propósito do tema “Superação da Violência”, o parlamentar lamentou a intervenção militar decretada pelo presidente Michel Temer (MDB) no Rio de Janeiro: “Não poderia ter sido escolhido nada tão oportuno e temporâneo, sobretudo quando o enfrentamento da violência, no País, e agora, especificamente, no Rio de Janeiro, toma rumos equivocados, perigosos e aviltantes”, considerou o deputado paraibano.

Em seu pronunciamento, Couto acrescentou que o governo de Temer é nefando governo e sacou uma jogada política “irresponsável, que pode custar a vida de inocentes, com o inconfessável objetivo de disfarçar – e disfarça mal ou sequer disfarça – o fracasso, a incompetência, os erros crassos do presidente golpista!”.

Luiz Couto elogiou a Campanha da Fraternidade, disse que a história que a criou é de uma beleza extraordinária e explicou que as pessoas que amam o semelhante e lutam por justiça não podem aceitar a violência, não querem vê-la crescer mais ou continuar testemunhando que se sequestre a juventude para a marginalidade e para o crime.

História A Campanha da Fraternidade foi criada quando um pequeno grupo de padres recém-ordenados, sob a orientação de Dom Eugenio Sales, reunia-se em Natal, todos os meses, para orar e refletir principalmente sobre a Igreja e as questões sociais que afligiam os trabalhadores rurais. A partir daí, surgiriam iniciativas importantes, entre as quais o primeiro Regional da CNBB, abrangendo as dioceses de área que ia do Maranhão à Bahia; o primeiro planejamento pastoral; a organização sindical; a primeira Federação dos Trabalhadores Rurais no Rio Grande do Norte; as escolas radiofônicas; e, a maior delas, a própria Campanha da Fraternidade.

Caberia a Dom Helder Câmara lançar, em 1964, a pedra angular da Campanha da Fraternidade em âmbito nacional.