O deputado Luiz Couto (PT-PB) afirmou ter constatado “leviandade e cinismo” na defesa dos réus durante certos momentos do julgamento dos envolvidos no assassinato do advogado Manoel Mattos.
Couto, que acompanhou o júri de Brasília, deu essa declaração quinta-feira (16), na tribuna da Câmara Federal, um dia após sair o resultado da sentença que condenou o sargento reformado da PM/PB Flávio Inácio Pereira e José da Silva Martins.
O parlamentar destacou que, no julgamento, o procurador Marcos Queiroga chegou a mencionar que parecia não ser só Manoel Mattos que estava sendo acusado pela defesa dos réus, “mas o deputado Luiz Couto também”.
Luiz Couto ressaltou que, como parlamentar e defensor dos direitos humanos, continua sendo ameaçado de morte por haver atuado como relator da CPI dos Grupos de Extermínio no Nordeste, “onde foram descobertos vários crimes cometidos nas regiões das divisas da Paraíba e Pernambuco”.
Depois de lembrar que na época da CPI alguns dos militares levados a júri estavam envolvidos em outros crimes, o deputado disse ser possível que outras pessoas que fizeram parte da execução de Manoel Mattos não tenham sido citadas no processo.
“Portanto, a justiça foi feita e ainda será realizada por completo quando todos os envolvidos nos crimes forem julgados e condenados. E para mim, Manoel Mattos nunca morreu, seu espírito humano vive e sempre viverá ajudando-nos a lutar contra todos os tipos de crimes cometidos por milícias e grupos de extermínio”, finalizou.