Coriolano Coutinho é preso em nova fase da Operação Calvário, na Paraíba

Irmão do ex-governador Ricardo Coutinho é acusado de seguidas tentativas de violação da tornozeleira eletrônica

O Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público da Paraíba, desencadeou nesta quarta-feira (9) a décima fase da operação Calvário. A ação conta com a participação da Controladoria-Geral da União (CGU). Estão sendo cumpridos um mandado de prisão preventiva e dois de busca e apreensão.

O alvo da nova fase da operação Calvário é Coriolano Coutinho. O irmão do ex-governador Ricardo Coutinho (PSB) foi preso preventivamente no Bessa, em João Pessoa, e é acusado de seguidas tentativas de violação da tornozeleira eletrônica. Além da prisão dele, foram apreendidos documentos no cumprimento de dois mandados de busca e apreensão em João Pessoa e em Bananeiras.

O trabalho conta com a participação de 2 auditores da CGU e de 12 servidores do GAECO/MPPB. O objetivo da ação é dar continuidade às investigações inerentes à atuação de organização criminosa, por meio da contratação fraudulenta de Organizações Sociais (OS), para gerir os serviços essenciais da saúde e da educação no Estado.

Investigação

As investigações da Operação Calvário, iniciadas em 2018, buscavam apurar irregularidades praticadas na Paraíba por organização criminosa composta por Organizações Sociais (OS), empresas comerciais e agentes públicos e políticos. Os trabalhos investigativos são conduzidos por diversos órgãos de combate à corrupção no Estado, que atuam em fases específicas da Operação, conforme a origem dos recursos públicos envolvidos.

Os levantamentos apontaram que, no período de 2011 a 2019, somente em favor das OS contratadas para gerir os serviços essenciais da saúde e da educação, o Governo da Paraíba empenhou R$ 2,4 bilhões, tendo pago mais de R$ 2,1 bilhões, dos quais estima-se um dano ao erário de mais de R$ 134 milhões.

A décima fase da Operação Calvário tem por objetivo robustecer o conjunto probatório de situações detectadas nas fases anteriores, principalmente no tocante aos crimes de ocultação patrimonial e de lavagem de dinheiro.

Impacto social

As irregularidades praticadas pela organização criminosa impactaram fortemente a qualidade do atendimento prestado à população carente nos hospitais públicos estaduais gerenciados pelas Organizações Sociais, bem como a qualidade do ensino público estadual prestado à população da Paraíba. Com informações do blog do jornalista Suetoni Souto Maior.