
O Exército da Coreia do Sul informou nesta sexta-feira, 21, que disparou tiros de advertência depois que soldados norte-coreanos atravessaram brevemente a fronteira fortificada, a terceira incursão do tipo desde o início de junho. A Coreia do Norte, que possui armas nucleares, reforçou sua presença na fronteira nos últimos meses, com rodovias táticas e a instalação de minas terrestres, o que provocou “vítimas” entre as suas tropas devido a explosões acidentais, segundo Seul.
“Vários soldados norte-coreanos que trabalhavam na DMZ (zona desmilitarizada), na linha de frente central, atravessaram a Linha de Demarcação Militar“, afirmou o Estado-Maior Conjunto. O incidente aconteceu na quinta-feira por volta das 11h00 locais.
Após alguns tiros de advertência, “os soldados norte-coreanos recuaram para o Norte”, acrescentou o Estado-Maior sul-coreano. Incidentes similares aconteceram nos dias 9 e 18 de junho. Os militares sul-coreanos afirmaram que as duas incursões pareceram acidentais.
A relação entre as duas Coreias estão em um dos momentos mais delicados nos últimos anos. O dirigente do hermético país comunista, Kim Jong Un, recebeu esta semana o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e assinou um acordo de defesa mútua que irritou Seul. Em resposta, a Coreia do Sul, um grande exportador de armas, anunciou que vai “reconsiderar” uma política de longa data que a impediu de fornecer armas diretamente à Ucrânia.
“Enquanto a atenção está concentrada nas colaborações párias de Putin, o regime de Kim está colocando em perigo, de maneira imprudente, os soldados com obras apressadas na fronteira coreana”, disse Leif-Eric Easley, professor da Universidade Ewha, de Seul.
As obras provavelmente visam “tanto manter os seus compatriotas dentro, como manter os sul-coreanos fora”, disse. “A ausência de canais de comunicação intercoreanos e de mecanismos de criação de confiança aumenta o perigo de escalada nas zonas fronteiriças”, alerta o professor.