Conversa com Kajuru é adicionada a pedido de impeachment de Bolsonaro

No último dia 31 de março, eles haviam protocolado pedido baseado na acusação de cooptação das Forças Armadas pelo presidente

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Jair Bolsonaro - Foto: Evaristo Sá/AFP

Os líderes da minoria e oposição do Congresso apresentaram, na noite de quarta-feira (14/4), aditamento ao pedido de impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). No último dia 31 de março, eles haviam protocolado pedido baseado na acusação de cooptação das Forças Armadas por Bolsonaro.

Agora, os líderes incluíram a recente conversa telefônica entre o mandatário do país e o senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO), divulgada nas redes sociais do político goiano no último fim de semana. No diálogo, o chefe do Executivo federal defendeu a mudança no objetivo da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, cobrando que ela trabalhasse para apurar a atuação de prefeitos e governadores.

Na conversa com Kajuru, o titular do Planalto também pressionou pela análise dos pedidos de impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Parlamentares consideram essas ações do mandatário da República crime de responsabilidade.

“Em um período de menos de 20 dias, o presidente Bolsonaro cometeu uma série de crimes de responsabilidade. Além de ‘cooptação às Forças Armadas’, no fim de março, o presidente agora tenta impedir o livre funcionamento do Senado e constrange os ministros do STF”, assinalou o senador Jean Paul Prates (PT-RN).

Segundo o petista, novos aditamentos podem ser incluídos no pedido de impedimento do chefe do Executivo. “Pelo andar da carruagem, nos próximos meses, teremos uma lista enorme de crimes de responsabilidade, e o impeachment do presidente da República pode se tornar inevitável.”

Os líderes ainda ressaltam que o problema não é ampliar a CPI, mas o descabimento dessa pressão partir do próprio Bolsonaro.

Para o líder da minoria na Câmara, deputado Marcelo Freixo (PSol-RJ), a irresponsabilidade de Bolsonaro frente à pandemia está ocasionando mortes. Freixo chama o mandatário de “serial killer constitucional”.

“Bolsonaro cometeu mais um crime de responsabilidade ao tentar intervir no Congresso Nacional e intimidar um ministro do STF para impedir as investigações dos crimes que praticou na pandemia. O presidente é um serial killer constitucional, sua irresponsabilidade está matando, e por isso ele não pode permanecer no cargo. A Câmara precisa reagir e abrir o processo de impeachment”, pontuou Freixo.

Também assinam o documento os líderes da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), e na Câmara, Alessandro Molon (PSB-RJ), e o líder da Minoria no Congresso, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP).

Do Metrópoles