O Conselho Regional de Psicologia emitiu, na manhã desta segunda-feira (14), uma nota de repúdio às declarações da vereadora de João Pessoa, Eliza Virgínia (PP) sobre saúde mental, depressão e suicídio. Na última semana, ela disse que chegou a oferecer uma arma para um amigo que estava com depressão e apresentava ideação suicida. O CRP condena as declarações e classifica como negligente.
Citando uma matéria do Paraíba Já, o CRP afirma que as declarações “evidenciam a negligência da vereadora ao abordar sobre depressão, saúde mental e suicídio, subestimando o processo de adoecimento, a necessidade de empatia e de cuidados especiais a pessoas em condição de sofrimento mental e com ideação suicida”.
A entidade também chama a atenção para o fato de Eliza ser uma política, portanto, figura pública, representante do povo e que tem reverberação em seus posicionamentos.
Para finalizar, o CRP destaca que as afirmativas de Eliza “desrespeitam o sofrimento humano e podem ter implicações graves nos já elevados índices de tentativas de suicídio na nossa sociedade”.
Confira nota na íntegra
Nota de Repúdio
CRP 13 – IX Plenário
O Conselho Regional de Psicologia, Décima Terceira Região/CRP13, através do seu IX Plenário, Gestão Compromisso com a Psicologia, vem democraticamente a público, repudiar e contraditar as alegações proferidas pela vereadora do Partido Progressista/PB, Eliza Virgínia, no dia 10 de Outubro de 2019 (Dia Mundial da Saúde Mental), em entrevista à emissora Arapuan FM.
Matéria publicada no site https://paraibaja.com.br/, sobre a referida entrevista, sob o título “Eliza Virgínia ofereceu arma para amigo com depressão se suicidar; Código Penal aponta crime”, evidencia a negligência da vereadora ao abordar sobre depressão, saúde mental e suicídio, subestimando o processo de adoecimento, a necessidade de empatia e de cuidados especiais a pessoas em condição de sofrimento mental e com ideação suicida.
Enquanto Conselho Regional de Psicologia, primamos pelo bem estar e saúde das pessoas, tendo como base os princípios éticos da profissão e a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Considerando o fundamento básico da Psicologia de promover a saúde e a qualidade de vida das pessoas e das coletividades, e não o incentivo a auto eliminação;
Considerando a vereadora em questão ser pessoa pública eleita pelo povo e, portanto, representante deste;
Considerando a popularidade da emissora e o possível impacto das informações na sociedade;
Reiteramos o compromisso social da Psicologia, enquanto profissão da saúde, para primar pela vida e pelo cuidado e integridade do ser humano por meio de intervenções pautadas em critérios científicos.
E REPUDIAMOS as referidas declarações da representante do povo, Vereadora Eliza Virgínia, as quais desrespeitam o sofrimento humano e podem ter implicações graves nos já elevados índices de tentativas de suicídio na nossa sociedade.