Conheça o salão de maquiagem de Juliette que fechou por causa da pandemia

A cada vez que Juliette Freire aparece maquiada ou maquiando alguém dentro do Big Brother Brasil 21, o talento para a arte fica evidente – e não apenas como um hobby. Do lado de fora dos muros da casa mais vigiada do Brasil, Freire é uma empreendedora e uma das quatro maquiadoras autônomas responsáveis pelo salão Cabine Beauty, em João Pessoa (PB). PEGN conversou com uma das sócias-fundadoras do espaço, Thaise Leitão, para saber um pouco mais sobre a história do negócio.

Leitão e a também maquiadora Deborah Vidjinsky fizeram um curso de maquiagem juntas em 2013. Depois de seis meses de terem terminado os estudos, as duas foram convidadas para trabalhar em um grande salão de beleza na cidade. No entanto, não estava nos planos de Leitão trabalhar em um salão e Vidjinsky já atuava em outro estabelecimento, mas estava receosa de trocar o certo pelo duvidoso.

“Depois de ouvirmos a proposta, eu expressei a vontade de abrir uma sala dentro do salão dele, junto com a Deborah, para montarmos um estúdio independente. Ele disse que até preferia isso”, explica Leitão.

Assim, as duas começaram a trabalhar juntas no espaço separado dentro do salão de beleza. Em 2014, batizaram o negócio de Cabine Beauty e ganharam uma terceira sócia. “Crescemos muito de uma hora pra outra e precisamos ir para um canto nosso.”

Por volta de 2016, decidiram alugar uma sala comercial, mas já pensaram, de cara, em chamar mais maquiadoras para ajudar com os custos. Colocaram cinco cabines no espaço e chamaram Giuliana Oliter e a Juliette. “Eu tinha um amigo em comum com Juliette, fizemos o convite a ela e a Gil e as duas foram integrar o time da Cabine, não como funcionárias, mas como autônomas, com peso de decisão. Desde então foi crescendo, chegamos a alugar uma sala vizinha, e ter oito profissionais conosco.”, explica Leitão.

A empreendedora explica que cada maquiadora fazia sua própria agenda e atendia seus clientes, não havia comissão. Os únicos custos compartilhados eram os de ocupação.

Leitão engravidou e saiu de licença maternidade. Nesse meio tempo, a terceira sócia que entrou no negócio, quando ainda era um anexo do salão de beleza, resolveu que iria abrir um salão próprio e levou três maquiadoras do Cabine Beauty. “Casou um pouco também com o que Deborah e eu já queríamos, de diminuir o número de pessoas dentro do espaço. Ficamos Gil, Juliette, Deborah e eu. Entregamos uma sala e ficamos com duas.”

Quando a pandemia foi anunciada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), há exatamente um ano, a Cabine Beauty precisou fechar as portas. O dono das salas deu um desconto de 50% para as empreendedoras no valor do aluguel, e elas conseguiram arcar por dois meses, com as reservas que tinham e com pagamentos antecipados das clientes.

No entanto, Leitão conta que elas decidiram fechar o salão quando perceberam que não conseguiriam voltar a trabalhar tão cedo. Elas precisariam retomar o pagamento total do aluguel quando os salões de beleza fossem autorizados a reabrir, mas quase toda a demanda da empresa vinha de eventos. “Não tínhamos serviços de salão de beleza, trabalhamos para festas. Tínhamos acabado de reformar o espaço, com uma sala reservada para o “dia da noiva”. Acho que só uma noiva acabou passando por lá”, conta Leitão.

A maquiadora conta que tem acompanhado o BBB e aprova a trajetória da amiga e ex-companheira de trabalho. “Ela está conseguindo mostrar para o Brasil exatamente quem ela é, e como o coração dela é lindo.”

No segundo semestre, as quatro conseguiram retomar os trabalhos individualmente, e a ideia não é retomar o negócio. “Depois de todo o dinheiro investido, ter fechado a Cabine nos deixou muito desmotivadas com a área. Hoje, eu alugo uma bancada dentro de um salão com a Giu, Juliette está no BBB, e a Deborah atendendo em casa.” Quem sabe um prêmio de R$ 1,5 milhão poderia ajudar o negócio a ressurgir?

Da Revista PEGN