Condor II: do exército à milícia

Por Joaci Tavares de Araújo Junior

Está mais claro do que nunca que esses movimentos de crescimento da direita no continente americano, em especial, são ações super planejadas do imperialismo. A história já nos apresentou no passado a operação Condor, com ações político-militares tomando o poder através de várias ditaduras armadas.

Agora, o moddus operandi é bem mais sofisticado, usa as instituições, a Internet e destroem empresas estratégicas para entregar os bens do povo. Destroem a política como um todo, e sequestram o poder em nome de um tirano escolhido a dedo.

O lavajatismo não se resume a Sergio Moro, Deltan Dallagnol e Brasil. O mesmo aconteceu no Peru, na Bolívia, na Argentina e em outros países; os milicianos se empoderaram e se armaram; soldadinhos do novo mundo podre. Basta olhar o descomando das forças policiais dos estados, e até das Forças Armadas, que se tornaram, em parte, uma facção política, comandadas para atacar a democracia.

Não à toa estão em manifestos da direita, combatem protestos do povo, se infiltram e agridem muitos. O exército constitucional precisa combater o exército da facção política, hoje infiltrado na instituição militar. As instituições democráticas não respondem à altura; cada dia é um desafio. Estão testando nossa paciência, querem confronto, e não se reage com a mesma força.

O presidente Jair Bolsonaro testa todos os dias a democracia e as ameaças e/ou blefes diretos contra os poderes constituídos constitucionalmente precisam de uma resposta mais dura. As milícias precisam de combate – nem sempre só com a retórica -, pois plumas não enfrentam balas.

Vivemos tempos difíceis, mas a única coisa que não podemos, é não reagir.

*Joaci Tavares de Araújo Junior é consultor contábil e ativista político