Conclave: Vaticano recorre a tecnologias para evitar vazamentos na eleição do novo papa

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Conclave: Vaticano recorre a tecnologias para evitar vazamentos na eleição do novo papa
Foto: Franco Origlia/Getty Images

Previsto para começar nesta quarta-feira (7), o conclave terá um esquema de segurança reforçado no Vaticano para evitar o vazamento de informações relacionadas à escolha do novo papa, durante a votação secreta. As medidas incluem o uso de um grande aparato tecnológico.

As ações começam na área externa do Vaticano, com postos de controle para a revista dos fiéis que irão acompanhar a eleição para definir o substituto do Papa Francisco na Praça de São Pedro. Serão pelo menos 4 mil policiais trabalhando em quatro turnos, além de 2 mil guardas municipais e 3 mil voluntários da Proteção Civil.

Do lado de fora, os detectores de metais são apenas um dos equipamentos utilizados pelos agentes de segurança, mas há mais ferramentas para impedir registros de imagens e outras ações. Já na área interna, haverá tecnologias para evitar escutas indevidas, principalmente.

Antes do início do conclave, os cardeais aptos a votar para eleger o novo chefe da Igreja Católica precisam fazer um juramento, declarando que não estão usando nenhum transmissor, receptor ou equipamento fotográfico. Eles também não podem enviar cartas, documentos ou qualquer coisa impressa aos colegas, ou ao exterior.

Sistema antidrone no Vaticano

Embora os responsáveis pelo esquema de segurança para a eleição do novo papa não tenham confirmado, a imprensa italiana afirma que o mesmo sistema antidrone usado durante o funeral do Papa Francisco estará em ação agora, novamente. Na ocasião, militares estavam armados com bazucas para derrubar aeronaves não tripuladas.

Os equipamentos são utilizados para interceptar quaisquer drones que se aproximarem da zona de exclusão aérea, desobedecendo à ordem de proibição de voo em vigor. Eles ficam em posições estratégicas e poderão cobrir uma área ainda maior desta vez.

Segundo o jornal Corriere della Sera, as equipes de segurança também contam com sistemas de interferência eletrônica com capacidade para afetar o funcionamento de diferentes tipos de equipamentos, dificultando o controle dos drones, por exemplo. Celulares e outros mecanismos de comunicação também podem ter seus sinais impactados.

Equipamentos eletrônicos proibidos no conclave

Os participantes da votação não podem usar nenhum equipamento eletrônico e também não têm acesso a jornais e revistas enquanto durar o evento, com aqueles que violarem os juramentos tendo que enfrentar um processo de excomunhão da Igreja Católica. Mesmo assim, já aconteceram vazamentos no conclave.

Para diminuir o risco de que isso ocorra mais uma vez, o Vaticano deve usar as mesmas tecnologias adotadas na votação que elegeu o Papa Francisco em 2013. Uma das iniciativas é o uso de bloqueadores eletrônicos instalados em um chão falso na Capela Sistina, impedindo a transmissão de qualquer sinal originado dali.

Também há a varredura com detectores no local de votação e na casa onde os cardeais ficam hospedados, em busca de microfones escondidos, e a instalação de uma gaiola de Faraday ao redor da capela. O dispositivo metálico inventado em 1836 bloqueia radiação eletrostática e ondas eletromagnéticas vindas da área externa.

Como o conclave não tem prazo definido para ser encerrado, podendo durar dois ou três dias, semanas ou até anos — o mais longo demorou quase três anos — as medidas de segurança não possuem data estimada para serem encerradas. É possível que elas fiquem em vigor até horas depois do “Habemus Papam”, quando será anunciado o nome do novo papa. Do Tecmundo.

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