Com rodovias, Ricardo amplia caminhos da gestão pública na Paraíba

Concluiu-se esta semana o ciclo rodoviarista deflagrado pelo Governo Ricardo Coutinho contra o isolamento asfáltico de mais de 50 municípios paraibanos.

É um marco histórico do desenvolvimento de políticas públicas na Paraíba. Representa a positividade de uma vontade política que se traduziu em dinamismo, ação concreta direcionada à redefinição, para melhor, do cotidiano de milhares de famílias.

Um dinamismo estratégico e tático que materializou novas circunstâncias sociais, econômicas e culturais para milhares de cidadãos e cidadãs. Garante comunicação mais adensada, maior acesso a tecnologias e compatibilidade dos setores direta e indiretamente beneficiados aos ritmos integrativos da globalização enquanto superação de fronteiras em suas múltiplas vertentes.

Entre essas vertentes apontadas pelos astronautas da teoria da globalização estão a econômica, representada pela intensificação das relações comerciais, aumento da produção e requalificação do poder aquisitivo geral; a política, no favorecimento à articulação de uma nova abordagem crítica da ação estatal, Estado aí percebido como a res publica, a coisa do povo; e a vertente cultural quanto à promoção e acesso à diversidade, às trocas simbólicas identitárias e aos produtos artísticos.

O descompasso entre um cotidiano sustentado pela instantaneidade das soluções conectadas via internet e a buraqueira poeirenta de muitas vias praticamente carroçáveis até então existentes nos municípios, municípios enfim libertos de um anacronismo inexplicável em pleno século XXI, foi finalmente superado.

Além disso, o programa Caminhos da Paraíba é marca intransferível de um modelo de gestão pautado por um neoiluminismo que privilegia a democracia direta em sua convocação permanente ao controle social via Orçamento Democrático, e favorece a via parlamentar através do fortalecimento da vida partidária que, na Paraíba, com o PSB, se renovou com o surgimento de novas lideranças.

O conjunto das rodovias que se completou no Dia do Trabalhador cria um novo fluxo informacional a respeito dos níveis de legitimação de ações de Governo que sinalizam para a necessidade de uma retomada, a partir dessa experiência paraibana, do Estado do bem-estar social em meio à derrocada de programas de inclusão golpeados no Brasil pela corrupção desmedida e pelo avanço liberal em detrimento de conquistas democráticas e populares.

A legitimação desse Estado acontece em dois sentidos. O primeiro é o que acolhe com uma lógica vivificadora a gestão pública como estrutura transcultural. Gestão enquanto espaço para o trânsito livre da percepção e projeção da cultura política enquanto pacto para normatizar a heterogeneidade da nova agenda da sociedade multitemporal conectada; da cultura administrativa que deve ser flexível para acolhimento das urgências paralisantes da burocracia; da cultura jurídica que se abre cada vez mais à equidade que esses tempos de crise exigem; e da cultura cívica.

A cultura cívica, quando pensamos na perspectiva da impessoalidade que a nossa Constituição tem por princípios indispensável à ação pública, mas sem perder de vista o poder discricionário do agente público eleito, não descartamos, ao contrário, confiramos a certeza do pensador Immanuel Kant frente à virtude, virtude que para ele “é a força moral de um homem em obedecer ao seu dever”.

Finalmente, o segundo sentido: é possível compreender esse ciclo de construção de rodovias que se espalhou por toda a Paraíba como uma ação afirmativa, naquilo em que esse tipo de ação tem quanto a promover a igualdade de oportunidades. As populações agora integradas vivem um novo tempo. Tempo de oportunidades para a construção de melhores dias.

Reproduzido de o Jornal A União, edição 04/05/2017