Um café da manhã nesta quinta-feira (29) em Brasília selou a filiação do ex-presidente do STF Joaquim Barbosa ao PSB, partido de Eduardo Campos, morto durante a campanha presidencial de 2014. A filiação deve ocorrer no dia 6 de abril. Participaram do encontro com Barbosa o deputado federal Alessandro Molon (RJ), o presidente da sigla Carlos Siqueira e Alexandre Navarro, do PSB-DF.

O objetivo do PSB é lançar o ex-ministro candidato à Presidência, mas esse será um passo futuro. O objetivo agora é garantir a filiação, uma vez que lei eleitoral impõe o limite de até seis meses antes do pleito. Filiado, tanto Barbosa precisa aceitar o desafio quanto o partido precisa viabilizar a candidatura internamente.

Entusiasta e um dos articuladores do projeto Barbosa, o deputado mineiro Júlio Delgado explicou que as conversas nesse sentido já vêm acontecendo há algum tempo e que o partido tem apresentado pesquisas de opinião que mostram grande aceitação do eleitorado ao nome do ministro aposentado.

— Essa conversa vem acontecendo, a gente vem estimulando isso, estamos próximos do dia 6, próximo do dia limite de filiação. Temos apresentado pesquisas quantitativas e qualitativas para apresentar para ele. Esse é mais um passo do que temos dado, para podermos ter o Joaquim como primeira etapa filiando, para depois construir uma candidatura e depois construir uma campanha. Estamos próximos da filiação.

De acordo com as pesquisas internas do partido, se for candidato, Joaquim Barbosa será capaz de atrair eleitores de todos os lados, até das ‘duas pontas’ Lula e Bolsonaro.

— A sociedade tem pedido alguém eficiente, público e preparado mas que não seja da política, as pesquisas são muito animadoras. Ele atrairia votos de todos os lados, podemos dizer que hoje ele é um homem capaz de unir a segregação de ódio entre esquerda e direita. O PSB condena tiros na caravana de Lula e ameaças ao ministro Fachin. Política se faz na democracia, com ideias e ganha quem tiver mais votos. Joaquim é capaz de assumir essas posições e ser uma candidatura de união, candidato preparado para resgatar a política.

A candidatura de Joaquim Barbosa pelo PSB encontrava resistência dentro do partido até o ano passado. A ala contrária defendia que seria melhor se aliar a outro partido com candidato forte para viabilizar os arranjos locais da legenda. Mas a aceitação ao nome tem crescido ao longo desse ano, ancorado em pesquisas. O fato de ser um ‘outsider’ é considerado um ativo e não um defeito do magistrado.

— O fato de não ser da política tradicional para o momento atual, que se requer justamente algo novo, mas que venha com respaldo de partido que tenha projeto nacional. Que é o caso do PSB, que quer resgatar um projeto de desenvolvimento social.

Uma aliança com a Rede de Marina Silva não está descartada. Em 2014, Marina era vice de Eduardo Campos e se tornou a candidata do partido por não ter conseguido viabilizar a Rede formalmente para as eleições daquele ano.

— Nada impede [uma aliança com a Rede], são várias etapas. Primeira é filiação [de Joaquim Barbosa] e podemos fazer aliança com a Rede. Marina já foi nossa candidata e esse era o desejo de Eduardo Campos. Fonte R7