Coletivos LGBTQIA+ repudiam falas homofóbicas de professora de JP durante live

"Liberdade religiosa deve ser respeitada, assim como o discurso de ódio e homofóbico deve ser punido pela lei", diz nota de um dos grupos

O coletivo paraibano ‘LGBTQIA+ Resistência’ divulgou, neste sábado (11), uma nota de repúdio contra uma professora de biologia de João Pessoa após falas homofóbicas em uma live realizada no Instagram. Na transmissão, Rumanelly Reis classifica a pessoas homossexuais e transexuais como “aberrações, pervertidas e pecadoras”.

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O coletivo inicia a nota se solidarizando com a população LGBTQIA+ que se sentiu ofendida com as afirmativas da professora, em seguida destacam que há 30 anos a homossexualidade foi retirada da lista de patologias da Organização Mundial da Saúde (OMS).

“A professora de biologia além de incentivar a discriminação, demonstra desconhecimento, inclusive, relacionado a sua própria área. Ela afirma que a homossexualidade é uma doença”, diz trecho da nota.

O grupo também comenta sobre o exercício da docência por parte da professora. “A docência é um ofício fundamental em uma democracia e o ensino requer responsabilidade, amparo teórico e não doutrinário, seja de qualquer vertente religiosa, e cabe aos profissionais da educação a responsabilidade com o saber dentro e fora da sala de aula e isso inclui as redes sociais, dado a rápida e extensa disseminação de informações e opiniões colocadas no ambiento virtual e seus desdobramentos na vida das pessoas”, versa outro trecho da nota.

Para o coletivo, a educação deve ser libertadora para que crianças e jovens cresçam e se desenvolvam como cidadãos e cidadãs sem preconceitos e co-responsáveis com as transformações sociais e o bem comum.

“Somos muitos e muitas. Somos travestis, transexuais, gays, lésbicas, bissexuais, Assexuais, Intersexos, Queers, pansexuais… somos humanos, somos diversos, somos brasileiros e brasileiras e ajudamos a construir essa nação todos os dias”, finaliza.

Confira nota na íntegra

Para o projeto ‘Nosso Amor Existe’, desenvolvido por paraibanos, que luta pela visibilidade e direitos da comunidade LGBTQIA+, “a liberdade religiosa deve ser respeitada, assim como o discurso de ódio e homofóbico deve ser punido pela lei”.

“A professora utiliza uma interpretação equivocada do que chama de ‘evolucionismo’, para mascarar o preconceito que pode ter bases religiosas, mas que sobretudo é crime”, diz trecho da nota.

O ‘Nosso Amor Existe’ afirma que vai acompanhar o caso.

Autoridades no caso

A Defensoria Pública do Estado da Paraíba (DPE) pediu que a professora se desculpe. A Delegacia de Crimes Homofóbicos de João Pessoa está acompanhando o caso.