Cirandeiras, Mostra Matriz e show são destaques no Centro Histórico

Como parte da programação especial em celebração ao Mês da Mulher, a Fundação Espaço Cultural da Paraíba (Funesc) realiza a segunda edição da Ciranda das Mulheres. O evento acontece, nesta sexta-feira (29), com a presença de três mulheres cirandeiras que são referência em cultura popular no Estado. As convidadas são Vó Mera, Teca de Cabedelo e Ana Rodrigues, do Coco de Roda Novo Quilombo (Gurugi/Conde). Elas se apresentam a partir das 18h, na Praça Antenor Navarro, Centro Histórico da capital.

A ação é realizada através de parceria entre a Funesc e a Secretaria de Estado da Mulher e da Diversidade Humana. Durante todo o mês de março, uma série de atividades vem sendo realizada em comemoração ao Dia Internacional da Mulher. A programação desta semana inclui, além das cirandeiras, mais uma etapa da Mostra Matriz, com participação de Jack Keysy. Ela vai ministrar oficina nesta quarta-feira (27), no município de Cuité, com o tema “Quem é esse tal de hip hop”. Já na quinta-feira (28), ela apresenta seu solo “O que é ser mulher?”. As atividades acontecem no Teatro Municipal Dona Chicota.

Projeto Cambada em Cajazeiras – Já a edição especial do projeto Cambada chega ao município de Cajazeiras esta semana com show da cantora Rayara Moura. Ela se apresenta nesta sexta-feira (29), às 20h, no Teatro Íracles Pires. A entrada custa R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia entrada).

Nascida na cidade de Cajazeiras, Rayara Araújo de Moura, conhecida como Rayara Moura é uma jovem de 21 anos. Começou a cantar aos 13 anos em um grupo católico e em muitos eventos ligados à igreja. Aos 17 anos começou a gostar de MPB e montou um projeto de voz e violão com o violonista e guitarrista Roni. Mais tarde, a dupla mudou de formação, transformando-se no grupo CR2 com a chegada do vocalista Carlos Marques. Agora a cantora Rayara Moura mantém o foco em trabalho solo que será mostrado no show desta sexta-feira.

Sobre a Ciranda das Mulheres

 

Vó Mera – Domerina Nicolau da Silva é uma das personalidades mais carismáticas e importantes da cultura popular da Paraíba. Vinda de uma família de agricultores, teve que trabalhar na lavoura desde criança para garantir o sustento da casa. Foi também durante a infância que nasceu o seu interesse pelas diversas manifestações culturais do estado. Vó Mera, como é popularmente conhecida, participou do primeiro coco de roda ainda em sua cidade natal, onde esperava ansiosa pela chegada dos festejos juninos para acompanhar a tia, que cantava nas comemorações da fazenda na qual trabalhavam. Com a voz afinada e tocando um ganzá, a garota já expressava seu talento e a paixão pela cultura regional. Foi também nessa época em que ela escreveu as suas primeiras cirandas.

A história da artista se relaciona muito com a origem do Bairro do Rangel, localizado na cidade de João Pessoa, onde foi morar ainda na infância. Católica fervorosa, a mestre cirandeira leva a sua musicalidade e dança para as igrejas paraibanas, nas quais se apresenta com composições próprias, divulgando cada vez mais a cultura do Nordeste. No ano de 2003, seu grupo de ciranda foi batizado como Vó Mera e Seus Netinhos. O nome veio por conta do seu neto Fernando Dylan, que a acompanhava tocando pandeiro e bumbo nas apresentações da artista. Além dos dois, o conjunto foi formado por Jéferson Pereira, Josenaldo Júnior tocando afoxé e Clara Regina, com o ganzá. Anos depois, a composição mudou novamente e passou a ser chamada de Vó Mera e Suas Netinhas, por ser integrada apenas por mulheres

Dona Teca do Coco de Cabedelo – Herdeira do Mestre Benedito, criador do grupo Coco de Roda e Ciranda do Mestre Benedito, criado ainda nos anos 1970 e mantido até hoje. Pela cabeça de Benedito nunca passou a ideia de que a brincadeira de tocar coco e dançar ciranda em família um dia viraria um grupo formal. Mesmo antes de se mudar de Cruz do Espírito Santo para Cabedelo, em 1950, o patriarca já tinha o costume de convocar filhos, netos, irmãos e vizinhos para a despretensiosa dança em grupo.

As apresentações tinham letra e ritmo, mas eram guiadas sobretudo pelo improviso. Com o tempo e a notoriedade local, o coco foi sendo cada vez mais requisitado para passagens por festas juninas, carnavais e eventos de bairro. A “formalização” de fato, com o batismo de Coco de Roda e Ciranda do Mestre Benedito, veio em 1976, ainda que mantivesse sempre vivo o espírito da brincadeira. “Ao nosso núcleo se juntava qualquer pessoa que estivesse assistindo e quisesse se divertir”, lembra Terezinha da Silva Carneiro, a Dona Teca.

Ana Rodrigues – Líder comunitária da comunidade Ipiranga e coordenadora do Coco de Roda Novo Quilombo (Gurugi/Conde). Coordenadora da Festa de Coco de Roda, o tradicional Coco do Gurugi. A atividade celebra com muita dança, música e alegria, histórias de luta, resistência e identidade da cultura quilombola.

Serviço

Programação especial Mês da Mulher

Ciranda das Mulheres – Vó Mera, Ana do Gurugi e Teca de Cabedelo

Data: 29/03, às 18h

Local: Praça Antenor Navarro (Centro Histórico de João Pessoa)

Acesso: Gratuito

Realização: Funesc / Secretaria de Estado da Mulher e da Diversidade Humana

Matriz – Mostra feminina de artes cênicas

Oficina: Quem é esse tal de Hip Hop”, com Jacky Keysy

Data: 27/03, às 19h30

Local: Teatro Municipal “Dona Chicota”, em Cuité/PB

Acesso: Gratuito

Apresentação: O que é ser mulher?, com Jacky Keysy

Data: 28/03, às 20h

Local: Teatro Municipal “Dona Chicota”, em Cuité/PB

Acesso: Gratuito

Cambada apresenta: Rayara Moura

Data: 29/03, às 20h

Local: Teatro Íracles Pires, Cajazeiras/PB

Acesso: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia entrada)