Cinco anos do último “diálogo”, PMJP resolve extinguir comunidade Porto do Capim

Salvo uma intervenção de uma instância superior, a Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP) irá despejar 160 famílias do Porto do Capim em 48 horas. A justificativa da gestão de Luciano Cartaxo (PV) é de que os moradores estão alocados em uma área de preservação permanente (APP).

O aviso da PMJP, desacompanhado de notificações judiciais, vem, no entanto, sem uma justificativa do porquê que desde desde 2007 se promete novas moradias para estas famílias e até agora nada foi feito. Na época, o então prefeito Ricardo Coutinho (PSB) apresentou um projeto de revitalização do Sanhauá, com a previsão da realocação de 700 famílias.

O projeto foi apresentado durante plenária do Orçamento Democrático da Capital e discutido com os moradores.

Os anos se passaram e Luciano Cartaxo (PV) não concluiu o projeto iniciado pelo seu antecessor e nem avançou nas negociações. Em 2013, ele anunciou a remoção de 250 casas no local para a construção da uma praça de eventos que teria capacidade para 60 mil pessoas. Entretanto, a população rejeitou a ideia, pois teriam de morar em outras localidades.

Em 2014, através da secretária de Habitação, Socorro Gadelha, Cartaxo anunciou a construção de 400 moradias para as famílias do Porto do Capim, porém, nada foi feito de concreto até hoje.

Agora, após cinco anos da último esforço da Prefeitura em solucionar o problema e garantir dignidade às famílias do local, restam a eles pouco menos de dois dias para empacotar as coisas e deixarem aquilo que foi a sua casa por décadas.