O médico pneumologista Alexandre Araruna alertou, durante entrevista ao programa Rádio Pop nesta terça-feira (4), sobre o uso do cigarro eletrônico, item que tem ganhado a preferência dos jovens e dos que desejam parar de fumar o cigarro tradicional.
De acordo com o pneumologista, o objeto é uma genialidade da indústria para o mal, já que o produto irá prejudicar também a saúde em curto, médio ou longo prazo. Conforme ele, o cigarro eletrônico tem mais nicotina (que causa dependência) do que o clássico.
Em média, o cigarro comum tem de 1 a 2 miligramas da substância, já o eletrônico pode ter até 15 vezes mais, devido às inalações de repetição.
“O cigarro eletrônico já é outra técnica. Colocam substâncias que não temos domínio e não sabemos ao certo como vai se comportar no nosso organismo”, afirmou.
Alexandre Araruna revelou que atendeu um jovem de 18 anos com quadro de pneumonia, que ao ser questionado sobre o uso de cigarro eletrônico, negou. No entanto, o pai do rapaz descobriu que ele usou, mesmo sendo asmático. Após voltar para casa, ele prometeu deixar o equipamento.
“É um exemplo de que o mal está se distribuindo de forma inocente no seio de famílias e chega como doença, isso de fator agudo”, alertou.
O pneumologista ressaltou que não é possível saber o quanto as pessoas próximas vão inalar. Além disso, muitos acham que, pelo cheiro, em comparação com o cigarro clássico, não fará mal.
“Não estou falando que o cheiro fará mal, ele é o atrativo. A nicotina, de forma inconsciente quando você inalar, vai te amarrar feito uma algema e não sabemos quantos e quais serão os danos ao longo dos tempos”, comentou.
Alexandre Araruna explicou que caso o paciente deseje parar de fumar, lhe são dadas opções para o tratamento, como comprimidos, adesivos e chicletes, que associados ao desejo e acompanhamento adequado, aumenta as chances de deixar o vício.
“A decisão parte, por princípio, da própria autodefinição da pessoa”, destacou o pneumologista.