Cientistas brasileiros descobrem nova linhagem do coronavírus no RJ

Pesquisa ainda não foi publicada em revista científica e está em avaliação no medRvix, que concentra estudos que ainda precisam ser revisados

Uma pesquisa coordenada por cientistas da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e do LNCC (Laboratório Nacional de Ciência da Computação) identificou uma nova linhagem do Sars-Cov-2 em amostras de pacientes no Rio de Janeiro. Essa nova linhagem se originou da B.1.1.28 e é caracterizada pela presença de cinco mutações.

A pesquisa ainda não foi publicada em nenhuma revista científica e está em avaliação no medRvix, que concentra estudos que ainda precisam ser revisados. O estudo não afirma se essa nova linhagem do coronavírus é mais agressivo ou mais contagiosa que as outras. Também não há indícios de que esse cepa algum tipo de resistência às vacinas da covid-19.

“Salientamos que não há motivo para pânico. O vírus está sujeito a mutações. A identificação dessa linhagem mostra que intensifica a testagem e a vigilância genética. A descoberta também evidencia a importância das medidas de distanciamento social e o uso de máscara”, disse Amilcar Tanuri, um dos cientistas envolvidos, ao jornal O Globo.

Os pesquisadores afirmam ter sequenciado 180 novos genomas virais obtidos em diferentes municípios do Rio de Janeiro, de abril a novembro de 2020. Essa nova linhagem surgiu em julho e foi detectada em outubro, de acordo com a pesquisa.

“Não temos evidências de que essa mutação represente um perigo maior. Mas ela mostra que o coronavírus circula com intensidade no estado, que as medidas de distanciamento social e a vigilância são fundamentais”, explica Ana Tereza Vasconcelos, coordenadora do LNCC, ao jornal.

O Rio de Janeiro atingiu hoje o total de 411.369 casos e 24.594 mortes em decorrência da covid-19, segundo a Secretaria Estadual da Saúde.

Mutação já foi identificada em outros países

O Reino Unido sofre com uma mutação do vírus. No último sábado (19), o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, declarou que, segundo os primeiros dados, o vírus que circula em Londres e no sudeste da Inglaterra é até 70% mais contagioso que a cepa anterior.

O governo britânico também decidiu confinar novamente Londres e o sudeste da Inglaterra a partir deste domingo para tentar conter o aumento de contágios atribuído a nova cepa.

Por causa da mutação e do aumento dos riscos, autoridades da Itália, Bélgica e Holanda suspenderam voos provenientes do Reino Unido. Além disso, Alemanha e França já avaliam banir a entrada de pessoas que depois do país.

Nos EUA, o epidemiologista Antonio Fauci, uma das principais autoridades do país no assunto, afirma que já considerou a possibilidade de a nova cepa do coronavírus reportada no Reino Unido sendo circulando nos EUA.

Apesar disso, não é possível afirmar que o cepa que foi descoberto no Rio de Janeiro seria a mesma que estaria circulando no Reino Unido.

Do UOL