Especialista diz que deputados paraibanos fazem “farra com dinheiro público”

Após o levantamento dos gastos de deputados federais paraibanos com cotas parlamentares, o cientista político José Henrique Artigas de Godoy, analisou o montante de R$ 3,5 milhões consumidos entre janeiro e setembro deste ano como “farra do dinheiro público” e que para os parlamentares, o que vale é o abuso.

“É engraçado porque o parlamento é o primeiro a exigir do governo o corte da própria carne, mas uma série de emendas parlamentares aprovadas este ano aumentam significativamente os gastos com o Legislativo”, afirma.

O exemplo que deveria ser dado a sociedade pelos governantes acaba sendo distorcido. “A crise não chegou no parlamento e quem paga é o eleitor”.

O cientista político ressalta ainda o fato de que, em tempos de crise, os governos vêm tentando cortar os gastos em salários de prefeitos e secretários, o que não tem acontecido com os deputados. “Estão cobrando mais do Executivo e se aumentando no Legislativo. É um discurso contraditório”, reflete.

Sobre – A reportagem do Paraíba Já realizou um levantamento de como os deputados federais paraibanos estão usando os recursos das cotas parlamentares. Os dados são fornecidos pelo portal da transparência da Câmara Federal.

Despesas com combustível, aluguel de veículos, telefone fixo e móvel, serviços postais e até cafezinho estão incluídos dentro dessas cotas.

Os doze deputados paraibanos gastaram, juntos, aproximadamente, R$ 3.556.837 milhões de janeiro até setembro deste ano.

O deputado que mais gastou das cotas parlamentares foi o peemedebista Manoel Junior, com R$ 354.974 mil. Logo em seguida, outro peemedebista. O campinense Veneziano Vital do Rêgo gastou R$ 340.428 mil.

Já na outra ponta da lista, figuram os deputados Wellington Roberto (PR), que gastou R$ 149.870 mil, e, Pedro Cunha Lima, R$ 171.405.

A diferença entre Manoel Junior e Wellington Roberto é de, aproximadamente, R$ 205 mil. Ou seja: o deputado do PR gastou 42,22% do que o peemedebista gastou no mesmo espaço de tempo.

Outro fator importante é de que, entre os cinco primeiros do ranking, os três deputados do PMDB aparecem. O presidente da CPI da Petrobras Hugo Motta é o quarto colocado. Os custos com cotas parlamentares dele foi de R$ 327.069 mil.