Em diálogo com representantes da negritude e da população LGBT, no Ateliê Multicultural Elioenai Gomes, no Varadouro, a pré-candidata à Prefeitura de João Pessoa, garantiu que as propostas apresentadas pelos dois segmentos estão contidas em seu projeto de governo. “O que nos une aqui, primeiro, é o fato de sermos humanos, segundo, é o fato de entendermos cotidianamente o que significa esse secular preconceito”.
A professora propõe a revitalização e ocupação do Centro Histórico; afirmou que o “Conventinho” será transformado em um Centro Cultural e que João Pessoa terá um museu no centro da cidade. Com base em orçamento serão criadas coordenadorias nas áreas de LGBT, de igualdade racial, dentre outros segmentos. Conselhos e Comitês também serão criados em sua gestão. “A gestão deve discutir a questão racial, LGBT, matrizes religiosas, e que contemple as áreas de saúde, educação, dentre outras. Nós vamos ter esse espaço de interlocução”, pontuou. O Centro Municipal de Referência de Direitos também está contemplado no seu plano de governo.
Cida ressaltou os avanços e retrocessos da sociedade. “É uma luta muito difícil, tínhamos caminhado bastante no governo que foi representativo dessas políticas e hoje nós estamos assistindo o desmonte de muitos direitos conquistados. O prefeito atual quer impedir o retorno de um projeto vitorioso que João Pessoa teve na gestão do prefeito Ricardo Coutinho”, destacou Cida Ramos.
A socialista disse ainda que o poder público tem o papel de reconhecer os conflitos, de proteção e dar respostas para que cada pessoa seja tratada como cidadão. “Para fazer isto nós precisamos reafirmar políticas públicas voltadas para esses segmentos, ser intransigente com o preconceito e aí cabe a não tolerância. E isto a gente só faz com muito trabalho e não devolvendo recursos que chegaram para a implantação do Centro de Cidadania. A pauta cultural a gente só avança com debates, com discussão nas escolas”.
A secretária de Estado da Mulher e da Diversidade Humana, Gilberta Soares, avaliou que a roda de diálogo entre Cida e tantas pessoas comprometidas com as causas da negritude e LGBT foi muito oportuna no processo que busca a reconstrução de políticas públicas para esses segmentos.
O artista Elioenai Gomes, que recebeu Cida e demais convidados em seu ateliê, ressaltou que sua arte é sua bandeira de transformação, de fomento cultural, de compreensão do que é o ser humano, e declarou: “Eu trabalho com o processo de humanização e não poderia estar fora dessa plenária e nessa campanha de forma inteira porque nós pensamos em igualdade, no ser humano, na diversidade, mas acima de tudo pensarmos em melhor qualidade de vida para o próximo e principalmente de igualdade”.
Vitor Pilato, da Coordendoria LGBT, da Secretaria da Mulher e da Diversidade, denunciou que a gestão do atual prefeito criou o Conselho Municipal de Política LGBT, aprovado na Câmara Municipal, mas que passou dois anos engavetado antes de ser sancionado. “Depois de sancionado, seis meses depois é que tomam posse as conselheiras e conselheiros. Isso é compromisso com essa política?”.
O petista Nivaldo Silva lamentou a existência do racismo institucional e afirmou que Cartaxo não tem interesse, sensibilidade alguma com as políticas para as mulheres, para os negros, para a população LGBT. “Então o projeto dele não é viável para o desenvolvimento humano nem para as minorias da capital”. Disse ainda que 200 famílias do povo Tabajara não têm tido qualquer atenção por parte do prefeito. Nivaldo declarou que segue o projeto da socialista Cida Ramos. “Eu também sou Cida”.
A coordenadora da Secretaria de Negritude do PSB, Mãe Renilda, propõe que a gestão de Cida Ramos estude a criação das Secretarias de Igualdade Racial e LGBT. O encontro com Cida teve ainda participação dos pré-candidatos a vereador Tibério Limeira, Ivanilda Matias, Ângela Chaves e Sandra Marrocos.
