Chefe de gabinete seria “laranja” de vereador preso na Famintos e empresa também forneceu alimentos à CMCG

Preso desde o último dia 22 de agosto na segunda fase da “Operação Famintos”, o vereador Renan Maracajá é apontado como integrante de uma organização criminosa que fraudava as licitações para a merenda escolar em Campina Grande, de acordo com a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e a Controladoria Geral da União. Um dado curioso que chama a atenção é que a empresa Lacet – Comercio Varejista de Produtos Ltda (nome fantasia: Lacet Comercial) que tem no seu Quadro Societário André Nunes de Oliveira Lacet (Chefe de Gabinete de Renan) e o próprio Renan Oliveira Felix, forneceu serviços, além da prefeitura de Campina Grande, a Câmara Municipal na gestão da vereadora Ivonete Ludgério (PSD).

 

Segundo dados do Tribunal de Constas do Estado (TCE-PB), a empresa Lacet – Comercio Varejista de Produtos Ltda que tem o CNPJ (17.603.098/0001-74) que pode ser verificado tanto no Sagres como no link abaixo, prestou serviços a gestão de Ivonete na CMCG, no mês de março de 2017, tendo recebido a quantia de R$3872.15, vale ressaltar que no Sagres no mesmo período consta que Lacet estava como chefe de gabinete do vereador Renan Maracaja (Em 2017 Lacet recebeu como chefe de gabinete do parlamentar a quantia de R$ 65 mil). https://www.empresascnpj.com/s/empresa/lacet-comercio-varejista-de-produtos-ltda-nome-fantasia-lacet-comercial/17603098000174

 

A mesa Diretora da atual legislatura da Câmara Municipal de Campina Grande, no Agreste paraibano, foi empossada no dia 01 de março de 2017. A atual presidente Ivonete Ludgério (PSD) foi reeleita na oportunidade e um dia após sua ascensão foi feito esse pagamento a empresa de Lacet.  Veja a posse de Ivonete na presidência da CMCG: https://g1.globo.com/pb/paraiba/noticia/2019/01/01/mesa-diretora-e-empossada-na-camara-municipal-de-campina-grande.ghtml

 

Entenda o caso – Na decisão em que determinou a prisão de Renan e outros sete investigados por participação no suposto esquema, o juiz Vinícius Costa Vidor, da 4ª Vara da Justiça Federal, afirmou que as interceptações telefônicas apontaram que o vereador atuava diuturnamente como uma espécie de articulador na articulação da atividade criminosa, valendo-se de empresas compartilhadas com outros investigados para fraudar os certames públicos.

 

O detalhe é que, segundo o magistrado, Renan Maracajá operava por meio de laranjas: “Revelou-se, também, pela análise dos documentos apreendidos em sua residência e na sede da empresa Lacet Comercial, e pelos registros do CFTV da própria empresa, que RENAN é o administrador de fato da empresa Lacet Comercial, utilizada pelo grupo criminoso para fraudar licitações e realizada operações de ocultação de patrimônio e lavagem de dinheiro, sendo uma das figuras centrais na ação criminosa”.

 

Em seguida, o juiz destaca a participação no esquema de André Lacet, que seria laranja de Renan e funcionário da Câmara Municipal de Campina Grande. “Apurou-se que a pessoa física responsável pela Lacet Comercial, André Nunes de Oliveira Lacet, possui vínculo com a Câmara de Vereadores de Campina Grande e é utilizada como ‘laranja’ por Renan para ocultar sua condição de real proprietário da empresa”, assevera Vidor.

 

De acordo com informações do Sagres do TCE, André, que teve decretada sua prisão temporária pelo juiz federal, era pelo menos até junho (data da informação mais atualizada do sistema) chefe de gabinete de Renan Maracajá na Câmara de Vereadores.