Chefe da Comunicação de Bolsonaro se beneficia de contratos publicitários do governo, diz Folha

O secretário especial de Comunicação do governo de Jair Bolsonaro, Fabio Wajngarten, estaria se beneficiando financeiramente com os contratos de publicidade firmados pelo governo federal. De acordo com informações apuradas pelo jornal “Folha de S. Paulo”, Waingarten mantém uma empresa de consultoria de comunicação que tem contratos com a Band e a Record – emissoras que recebem 12,1% e 27,4% da verba de campanhas publicitárias do governo, respectivamente.

Wajngarten confirmou ao jornal que é dono da empresa, chamada FW Comunicação e Marketing, mas disse que não vê “nenhum conflito de interesses” por fazer negócios com empresas que o governo contrata. “Todos os contratos existem há muitos anos e muito antes de sua ligação com o poder público”, diz nota enviada à “Folha” pela Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom), chefiada por Wajngarten.

O secretário afirma, ainda, que deixou o posto de administrador da empresa quando assumiu o cargo no governo e que nunca foi questionado sobre o assunto pela Comissão de Ética da Presidência. Wajngarten, porém, segue sendo o detentor de 95% das cotas da empresa – e, por isso, recebe lucros e dividendos da FW.

A relação entre a empresa de Fabio Wajngarten e a publicidade do governo

Especializada em um serviço chamado Controle da Concorrência, a FW elabora estudos de mídia para emissoras de televisão e agências de publicidade, incluindo mapas de anunciantes do mercado. A empresa também verifica se peças publicitárias contratadas foram veiculadas, em um serviço denominado “checking”.

De acordo com a “Folha”, a FW possui contratos com pelo menos cinco empresas que recebem dinheiro do governo. Além da Band e da Record, três agências de publicidade responsáveis pela publicidade da Caixa Econômica Federal (Artplan, Nova/SB e Propeg) também contratam serviços da FW. As agências atendem outros órgãos do governo. No ano passado, contratos dessas agências com a própria Secom, com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e com os ministérios da Saúde e do Turismo tiveram termos aditivos assinados. As informações são do Gazeta do Povo.